Governo de Mato Grosso recebe aval dos indígenas para projetos de pavimentação em Juara

Centenas de indígenas estiveram presentes, representantes de quatro das cinco aldeias de Juara

A Audiência Pública realizada para discutir projetos de asfalto das MTs 338/417, em Juara, que ocorreu nesta terça-feira, dia 21 de março, na Aldeia Tatuí, reuniu a maioria dos povos indígenas do município, que deram o aval ao governo do estado, para que o asfalto aconteça.

Centenas de indígenas estiveram presentes, representantes de quatro das cinco aldeias de Juara, o prefeito em exercício Nei Drogas, dois vereadores, membros da AMPLAC – Associação dos Produtores de Leite e Moradores de Águas Claras, técnicos da Sinfra, representante da Funai e o líder do movimento para o projeto de asfalto, Douglas Paes de Barros.

Os representantes da Empresa SM Engenharia, que elaborou os projetos para a pavimentação destes trechos, também estiveram presentes, para dirimir alguma dúvida a respeito do assunto.

Representando a Sinfra – Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística, estiveram presentes Ediléia Silveira, analista de desenvolvimento econômico e social e Nadja Felfili, superintendente ambiental de obras.

Elas coordenaram a audiência e lavraram uma ata, que foi assinada por todos os presentes, para ser encaminhada ao governo do estado de Mato Grosso, onde conta que todas as lideranças indígenas deram aval para que as rodovias sejam pavimentadas.

Várias cobranças aos políticos foram feitas pelos indígenas, que reclamaram muito do tratamento que recebem, uma que, em épocas de eleição, aparecem na aldeia pedindo votos e enchem seus ouvidos de promessas, que, na maioria das vezes não são cumpridas.

Mas eles reconheceram que, com a pavimentação da rodovia, as aldeias ficaram com pouca estrada de chão para percorrer, o que fará com que a agilidade seja maior para chegarem a um socorro, em caso de alguma emergência e isso poderá salvar vidas.

Os indígenas também cobraram a construção de uma pista para pouso de aeronaves na aldeia, que prestaria socorro a algum indígena em caso de extrema urgência por questões médicas ou acidente, como no caso de uma picada de cobra, por exemplo.

O líder do movimento para o asfalto desses trechos de rodovias, Douglas Paes de Barros, colocou a pista existente em sua fazenda, que fica próxima das aldeias, para ser usada pelos indígenas em casos de urgência para um socorro médico.

Para Douglas Paes de Barros, líder e entusiasta do projeto de asfalto na região, 100% dos indígenas estão apoiando o asfalto e a partir de agora, o que precisa é cobrar dos políticos a realização deste sonho. “A licença ambiental vai ser aprovada e agora é só cobrar o poder público, por que a nossa parte está sendo feita”. Disse Douglas.

Douglas disse que a parte financeira para o pagamento dos quatro projetos que foram feitos, só estão faltando R$ 200 mil da prefeitura, que é um compromisso do prefeito Carlos Sirena e deve ser pago em junho.

Aprovando a licença ambiental e com o aval dado pelos indígenas, agora só depende dos políticos e a obra já pode começar.

O prefeito Nei Drogas disse que existe a necessidade e as coisas vão acontecendo de forma  gradual e essa audiência será o Dia D para a execução das obras.

Nei disse que, cada novo trecho pavimentado, é um alívio para os cofres públicos, uma vez que diminui a manutenção em estradas de chão.

Líder indígena, cacique Dionísio Mairaiup, disse que a comunidade quer muito esse asfalto e que hoje foi o dia de mostrar ao governo a vontade dos indígenas.

“Essa é a nossa mensagem que a gente passa para os governantes e que, se todos esperavam o sinal dos indígenas, o sinal foi dado e é isso que nós queremos”. Disse o cacique.

A superintendente ambiental de obras da Sinfra, Nadja Felfili, disse que adorou a reunião e que ela era necessária para ouvir os indígenas e que levarão o recado ao governador, que o aval necessário para construção da obra foi dado.