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Operação Espelho

Empresa investigada recebeu R$ 44 milhões em contratos com o Governo do Estado

Entre 2019 e 2022, empresa prestou serviços de saúde em hospitais regionais de Mato Grosso

Geral | 27 de Março de 2023 as 17h 31min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: Divulgação

Na última sexta-feira (24), a Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação Espelho, cumprindo ordens judiciais em 6 cidades de Mato Grosso, sequestrando 36 veículos e bloqueando 20 imóveis.

Um dos alvos da operação é a empresa LGI Médicos Ltda, com sede no município de Colíder, Norte do Estado, que pertence a Luiz Gustavo Ivoglo, dono de outros dois CNPJs destinados a prestar serviços de saúde.

Fundada no ano de 2013, a LGI Médicos Ltdas começou a prestar serviços para o Estado de Mato Grosso no começo do governo Mauro Mendes, no ano de 2019. Um levantamento realizado pelo GC Notícias junto ao Portal da Transparência, aponta que a empresa recebeu um total de R$ 44.032.878,54 nos últimos 4 anos.

A relação entre a empresa e o Governo do Estado começa com 4 contratos, com dispensa de licitação, firmados no ano de 2019, para prestação de serviços médicos no Hospital Metropolitano, de Várzea Grande. Os 4 contratos totalizam um valor de R$ 4,2 milhões. No ano seguinte, 2020, outros 4 contratos foram mantidos com a empresa, no entanto, já dentro do regime de “calamidade pública”, em função da pandemia de Covid-19. Esses contratos totalizavam R$ 9,1 milhões.

No Portal da Transparência há uma diferença entre os valores dos contratos e o total recebido pela LGI Médicos em cada ano. Em 2019, os pagamentos feitos à empresa totalizaram R$ 17,4 milhões. No ano seguinte, 2020, um pouco menos R$ 17 milhões.

Em 2021 a empresa recebeu do Estado a soma de R$ 9,1 milhões e no ano passado, apenas R$ 382 mil. Em 2022, no entanto, a secretaria de saúde de Mato Grosso firmou um contrato no valor de R$ 1 milhão para realização de cirurgias vasculares e de otorrinolaringologia no Hospital Regional de Alta Floresta.

Durante esses 4 anos, a LGI Médicos prestou serviços médicos, de UTI e cirurgias gerais e eletivas nos hospitais regionais de Colíder, Alta Floresta e Hospital Metropolitano de Várzea Grande.

Após a nova fase da Operação Espelho, a justiça determinou que o dono da empresa, Luis Gustavo Ivoglo, está impedido de celebrar contrato de prestação de serviços com o poder público.

A justiça também determinou o bloqueio e sequestro de bens no importe de R$ 35 milhões. Apartamentos, lotes em condomínios e carros de luxo foram sequestrados pela justiça.

As ordens judiciais também incluem a proibição de novas contratações e da suspensão de contratos e pagamentos em vigência. As apreensões, sequestro e bloqueios foram cumpridos pela polícia em Alta floresta, Colíder, Cuiabá, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande e Sinop.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram após a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) receber uma denúncia de que uma empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o Hospital Metropolitano em Várzea Grande, disponibilizaria um número de médicos inferior ao contratado.

A primeira fase da Operação Espelho, deflagrada em 2021.