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Sinopenses em Brasília

Contra o comunismo, o judiciário, os ‘maus’ e por Deus

Veja alguns discursos das pessoas que estão saindo de Sinop para participar do manifesto em Brasília

Geral | 06 de Setembro de 2021 as 18h 44min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: Divulgação

Domingo (5), um grupo de aproximadamente 100 manifestantes embarcou em dois ônibus em frente ao Sindicato Rural de Sinop. Os veículos, contratados pela entidade, tem como destino a capital federal, Brasília. Outras 100 pessoas da cidade fizeram a viagem de carro, caminhão ou avião. Todos se encontrarão nas manifestações convocadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para este 7 de setembro – dia em que se comemora a independência do Brasil, frente a coroa Portuguesa.

Essa não é a primeira comitiva que o Sindicato reúne para protestar em Brasília. Em maio desse ano uma caravana similar partiu de Sinop até Brasília, a fim de participar de um ato público chamado de “Movimento Brasil Verde Amarelo”. Na época o mote do manifesto era declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro e pressionar a mais alta instância do poder judiciário o STF (Supremo Tribunal Federal). O voto impresso auditável também acabou sendo reivindicado.

O ato público desse 7 de setembro repete o enredo, com foco no STF. Além do apoio irrestrito ao presidente, a manifestação também incorporou a defesa da liberdade de expressão – em resposta às ações que resultaram na prisão de algumas pessoas por divulgação de notícias falsas e ameaça de golpe ao Estado democrático de Direito.

Embora estas sejam as demandas coletivas desse ato público, cada participante tem sua própria motivação para participar da manifestação. Veja agora 5 depoimentos de pessoas de Sinop que integram a comitiva que vai até Brasília de ônibus, colhidos na hora do embarque.

 

Fim do comunismo

Fábio Gonçalves trabalha em uma empresa de segurança patrimonial em Sinop. Ficou sabendo das manifestações pela internet, mas foi através e um carro de som que tomou conhecimento dos ônibus oferecidos pelo Sindicato para quem quisesse ir a Brasília. Ele e sua namorada embarcaram na comitiva. Quando questionado do porque estar na manifestação, Fábio respondeu: “Livrar o país do futuro do comunismo”.

Indagado de como ele espera que a manifestação ocorra, Fábio respondeu: “Que o Bolsonaro chute o balde e coloque todos os corruptos na cadeia”, encerrando com uma sonora gargalhada.

 

Protegido de Deus

Nelson Kaefer é um empresário pioneiro de Sinop, proprietário da maior concessionária de motos da cidade. Ele embarcou na viagem porque acredita ser o mínimo que ele pode fazer por Bolsonaro. “Eu votei e vou lá agora honrar meu voto. Esse pouco tempo de viagem é pouco pelo que ele [Jair Bolsonaro] já fez por nós. Esse ser humano é uma benção... Não digo que é santo, mas tem um protetor muito forte, que é de Deus”.

 

O bem contra o mal

Rogério Rodrigues é produtor rural, foi empresário do setor madeireiro por muitos anos e secretário de Meio Ambiente de Sinop na gestão do então prefeito Juarez Costa. Rodrigues também fará a viagem de ônibus, com a caravana. Na partida ele disse: “Esperamos levar a mensagem que as pessoas de bem estão fazendo. Nós temos uma bandeira a ser seguida e essa bandeira é a do Brasil. Então esses cidadãos de bem precisam fazer essa mobilização para os que aqueles que são do mal possam ver que as pessoas estão brigando e lutando para o bem do país”.

 

Dever patriótico

Cleomar Immish é caminhoneiro e presidente da Cooperlog, uma cooperativa de caminhoneiros. Ele vai com o seu veículo de trabalho para a capital federal. Para Cleomar, participar da manifestação é cumprir com sue papel de patriota. “O momento é crítico, a situação política não está favorável, a população está descontente. Vamos [pra Brasília] fazer um papel, que na verdade não nos cabe, seria papel do Congresso, mas como temos muitos congressistas omissos, vamos nos dispor mais uma vez”.

Contra os desmandos do judiciário

Adelmo Zuanazzi é produtor rural e já foi presidente do Sindicato Rural de Sinop. Questionado sobre quem organiza essa manifestação, Adelmo respondeu: “É o povo brasileiro, que está inconformado com todos os desmandos que acontecem na ala superior do nosso comando, do judiciário principalmente; e pela falta de interesse dos nossos parlamentares de solucionar problemas que seriam de fácil solução”.

Quanto as suas expectativas com a manifestação, o produtor disse que espera “que o povo brasileiro participe e se apresente para reivindicar e provar que a massa da população não concorda com a forma que o Brasil está sendo conduzido pelas instâncias que dirigem nosso país”.

Embora Jair Bolsonaro seja o presidente da República, nenhuma dessas críticas foram dirigidas ao chefe do executivo.

 

* As entrevistas foram colhidas pela jornalista Daniela Melhorança.