Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa tarde, Quarta Feira 22 de Janeiro de 2025

Menu

'CORREIOS DO CRIME'

Chefe do MP defende que advogados de faccionados tenham conversas gravadas nos presídios

Geral | 25 de Novembro de 2024 as 21h 29min
Fonte: Repórter MT

Foto: Reprodução

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Junior, chefe do Ministério Público, defendeu que as conversas entre presos ligados a facções e seus advogados sejam gravadas dentro dos presídios mato-grossenses, como uma estratégica para frear o crime organizado.

De acordo com Deosdete, alguns desses advogados têm atuado como “correios do crime”, ajudando seus clientes faccionados a continuar cometendo desmandos de dentro das cadeias.

“Essas pessoas continuam falando lá de dentro, com muitas vezes advogados que usurpam dessa função, que são poucos ‘correios do crime’- e aqui eu faço uma deferência à OAB, eu respeito a essa instituição tão essencial à democracia -, mas nós precisamos relativizar esse direito sim. O advogado que está atendendo um faccionado, ele tem que ter a sua conversa gravada para o bem da sociedade”, disse ele, durante evento em que o Governo do Estado lançou o “Programa Tolerância Zero ao Crime Organizado", nesta segunda-feira (25).

Para o procurador-geral, todo o esforço do Estado e do Judiciário tem sido em vão e é preciso “tocar nessa ferida”.

“Eu vejo o esforço do poder executivo, eu vejo o esforço do Poder Judiciário, eu vejo o esforço do Ministério Público. Os nossos clientes estão todos presos, salvo raríssimas exceções. (...) Passou da hora de discutirmos sobre isso. Nós precisamos colocar o dedo nessa ferida, as penas são brandas, o processo ainda é muito lento, são muitas instâncias recursais.”

Deosdete destacou a frustração do Ministério Público e das forças de segurança, que investigam, oferecem as denúncias e levam os bandidos à prisão, onde eles continuam cometendo os crimes como se ainda estivessem livres.

“Eu espero que daqui alguns meses a gente possa colher resultados bastante promissores, porque é muito desanimador. Oferecemos denúncias, conseguimos condenações para essas pessoas continuarem de dentro dos nossos presídios praticando crimes e mandando degolar pessoas, isso é o pior”, concluiu.