'Tratados como moleques'
Carrefour diz que não comprará mais carnes do Mercosul e Acrimat reage: 'Isso é uma afronta à soberania nacional'
Para Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, a atitude da empresa europeia é uma tentativa de disfarçar o protecionismo econômico francês com uma aparência de agenda ambiental
Geral | 22 de Novembro de 2024 as 07h 00min
Fonte: Repórter MT
O presidente da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, emitiu uma nota repudiando a fala do CEO do Carrefour da França, que disse que a rede não vai mais vender carnes dos países do Mercosul, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, por não atenderem às exigências e às normas francesas.
“Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos, mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional”, diz a nota divulgada à imprensa.
A decisão do Carrefour é uma sinalização de que o governo da França não desistiu de impor restrições aos produtos originários da América do Sul, especialmente do Brasil, por conta da dificuldade dos produtores franceses em competirem com a produção brasileira.
Para Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, a atitude da empresa europeia é uma tentativa de disfarçar o protecionismo econômico francês com uma aparência de agenda ambiental, cujo objetivo é reduzir a capacidade produtiva brasileira e, como consequência, os preços pagos aos produtores.
“Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local”, diz outro trecho da nota do presidente da Acrimat.
O posicionamento ainda destaca que a legislação ambiental brasileira é a mais restritiva do mundo e mesmo assim, os europeus seguem escalando as exigências com o objetivo de penalizar os produtores locais e dificultar o ingresso dos produtos brasileiros nos países do bloco.
“Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca, qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós”, prossegue a declaração da entidade.
“Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa, são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países-sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil”, acrescenta, em referência à empresa de laticínios ter anunciado que deixou de comprar soja brasileira para seus produtos. Posteriormente, a diretoria da Danone voltou atrás.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior destaca que existe um projeto de lei apresentado pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que torna obrigatório que os países que comercializem bens e produtos no Brasil tenham que possuir reciprocidade ambiental no que diz respeito aos padrões exigidos. Para ele, é preciso impor uma política de reciprocidade.
Além disso, sugeriu que os produtores mato-grossense deixem de vender carne para as empresas francesas, suspendendo o fornecimento para frigoríficos que comercializem com a Danone e o Carrefour.
“Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques”, conclui a nota.
Entenda
Na quarta-feira (20), o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, publicou uma carta endereçada ao presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França em que diz que não vai mais comprar carne produzida em países do Mercosul.
Na publicação, Bompard diz que os produtos sul-americanos não atendem às exigências e às normas francesas e que espera que outros estabelecimentos acompanhem o movimento de boicote.
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