Bronca de vereador faz empresa bloquear passagem por avenida

Proposta para solucionar pendências e retomar obras no loteamento já foi apresentada ao Prodeurbes

No dia 9 de fevereiro, o vereador de Sinop, Hedvaldo Costa, postou em sua rede social um vídeo criticando as condições da Avenida dos Tarumãs, especificamente no trecho entre o Colégio Marista e o bairro Recanto Suíço. No dia seguinte, toneladas de terra foram depositadas no local, bloqueando completamente a passagem.

O vereador queria que a prefeitura recuperasse a estrada, que estava cheia de buracos, lama e poças de água. Acontece que aquele trecho, embora utilizado como se fosse uma via pública, é na verdade uma propriedade privada.

O trecho, de aproximadamente 350 metros, que conecta os dois pontos da Avenida Tarumãs, pertence ao Grupo Pavesi. A empresa possui um projeto de loteamento em fase de implantação na área, o Jardim Monet e, sua pretensão realmente é efetivar naquele ponto a Avenida dos Tarumãs. Mas para tal, depende das autorizações e permissões do poder público.

O arquiteto do Grupo Pavesi, Cesar Gonçalves, explica que o projeto de loteamento do Jardim Monet foi dividido em 10 etapas, cada uma com aproximadamente 20 hectares. Destas, 3 foram executadas. As obras “abriram” esse trecho da Avenida dos Tarumãs, afim de facilitar o acesso do maquinário. Como a estrada provisória encurtava uma grande distância, muitas pessoas começaram a usar o caminho.

Gonçalves conta que outros vereadores já haviam falado do trecho, mas que foi especificamente o vídeo de Hedvaldo Costa que fez a empresa decidir por bloquear a via. “Houve uma crítica muito dura que gerou aborrecimento. Sem poder resolver a situação, a empresa optou por fechar o acesso, arrumar e esperar a aprovação do projeto, para então pavimentar e abrir”, explicou o arquiteto.

Gonçalves também ressaltou que a loteadora é a maior interessada em concluir o trecho da Avenida e dar andamento em todo o projeto de loteamento. “Para nós é uma tragédia comercial”, ressaltou.

A Avenida dos Tarumãs, ainda que com o trecho improvisado, era uma das vias que ajudava a reduzir o gargalo criado na Avenida Bruno Martini, que acaba sendo a única via de acesso para quem precisa acessar a região do aeroporto da cidade e todos os bairros novos que surgiram no eixo. Por essas vias também passam os veículos pesados, caminhões e bitrens, vindos da estrada Nanci e da MT-222.

O que falta para resolver?

Em uma das etapas do Jardim Monet, a empresa realizou uma alteração no projeto, mediante um acordo e um pedido do Prodeurbes – departamento de engenharia da prefeitura de Sinop. Segundo Gonçalves, as aéreas verdes, previstas em uma das etapas, foram convertidas em áreas institucionais. “A gestão anterior pretendia usar essa área para instalar um batalhão da polícia”, comentou o arquiteto.

Para “fechar a conta”, a área verde dessa etapa foi adicionada à etapa seguinte, respeitando os 10% estabelecidos em lei. No entanto, na troca de gestão o acordo se perdeu e a loteadora não conseguiu obter a autorização para iniciar a nova etapa porque não cumpriu os critérios da etapa anterior, especificamente referente à área verde.

A nova etapa é justamente onde está o trecho da Avenida dos Tarumãs. Para buscar uma solução, Gonçalves conta que a empresa propôs alterações no projeto do loteamento, retornando as áreas institucionais como sendo áreas verdes, reposicionando alguns desses imóveis nas etapas futuras e dilatando a largura de alguns canteiros centrais. “Com isso a etapa que está pendente passa a ter os 10% de área verde, conforme previsto no primeiro projeto”, explicou o arquiteto.

O projeto com as mudanças propostas foi apresentado ao Prodeurbes na sexta-feira (24). Após o “feriadão” de Carnaval, o órgão deve avaliar a situação e emitir sua posição. Gonçalves garantiu que, assim qeu o Prodeurbes emitir o decreto, a empresa inicia com as obras no dia seguinte, entregando o trecho da Avenida dos Tarumãs o quanto antes.