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Negócios

Boicote ao Carrefour ganha força no Brasil: associações e frigoríficos aderem às retaliações

Movimento ganha força no país depois de CEO da rede francesa de supermercados suspender compra de carne brasileira pela empresa na França em repúdio ao acordo UE-Mercosul

Geral | 26 de Novembro de 2024 as 07h 18min
Fonte: O Globo

Foto: Anna Bustamente

O movimento de boicote ao Carrefour no Brasil continua ganhando força. Empresários brasileiros apoiam o movimento de frigoríficos, que deixaram de vender carne para a rede francesa de supermercados no país.

Isso aconteceu depois de o CEO global da companhia suspender as compras do produto brasileiro na França como forma de protesto contra o avanço do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Agora, empresários de outros segmentos pregam a suspensão de compras em lojas brasileiras do Carrefour, uma forma de retaliar a atitude do executivo.

Empresários, Congresso e governo brasileiros pedem uma retratação. Edson Pinto, diretor-executivo da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp), afirmou que seus associados começaram a aderir ao movimento que suspende compras na rede em nome da "defesa da economia nacional" e dos produtos brasileiros no exterior.

— Estão começando a aderir. Somos 500 mil empresas apenas no estado de São Paulo. Outras entidades, como no Paraná, aderiram. Monitoramos todos os comentários nas redes sociais e nas mídias, e 98% dos comentários são favoráveis à nossa ação e afirmam que vão aderir também — disse Pinto.

Na sexta-feira, a associação convocou todos a deixarem de comprar nas redes Carrefour, Atacadão e Sam's Club, do Grupo Carrefour. "Solicitamos o engajamento e a adesão a esta campanha de boicote, mostrando a força e a união do nosso setor em defesa da economia nacional e do respeito aos nossos produtos”, diz a nota da Fhoresp.

A Abrasel, que reúne bares e restaurantes de todo país, também está organizando uma articulação de grande abrangência, com impacto direto no setor, segundo fontes.

Enquanto isso, frigoríficos como JBS, Marfrig e Masterboi também interromperam a venda de carne para o Carrefour na última quinta-feira. Oficialmente, as empresas não comentaram o caso.

 

Rede francesa lamenta

Em nota, o Grupo Carrefour Brasil afirmou lamentar "profundamente a atual situação" e reafirmou a estima e confiança no setor agropecuário brasileiro. "Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade", declarou a rede.

O Carrefour informou estar em "diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne em nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil". Afirmou ainda que seguirá "trabalhando para resolver essa situação da melhor forma possível, sempre com o objetivo de atender com qualidade e excelência aos nossos clientes".

 

'Crise das carnes'

Nesta terça-feira, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) vai se reunir com associações e empresas que fazem parte de seu conselho administrativo — e que terá entre os temas em pauta a questão envolvendo Carrefour. 

No último sábado, as entidades publicaram uma carta aberta em protesto. "Se uma carne brasileira não serve para abastecer o Carrefour na França, é difícil entender como ela poderia ser considerada adequada para abastecer qualquer outro mercado. Afinal, se o Brasil, com suas práticas sustentáveis, sua legislação ambiental rigorosa e sua vasta área de preservação, não atenderia aos critérios do Carrefour para o mercado francês, então, provavelmente, não atenderia aos critérios de nenhum outro país", afirmaram.