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Bom dia, Quarta Feira 19 de Junho de 2024

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Operação Efeito Dominó

Bandidos que sequestraram pai de prefeito queriam R$ 7 milhões de emenda parlamentar

Detento da PCE e membro do Comando Vermelho foram identificados como lideres do planejamento do crime

Geral | 22 de Maio de 2024 as 07h 45min
Fonte: O documento

Foto: Divulgação

Os criminosos que sequestraram o pecuarista Edson Joel de Almeida Meira, pai do prefeito de Jangada, Rogério Meira (PSD), planejaram o crime com o objetivo de receber R$ 7 milhões de uma emenda parlamentar de R$ 28 milhões destinado ao município.

O montante foi repassado para Jangada através do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), para recuperação de estradas vicinais.

O sequestro aconteceu em outubro do ano passado quando pelo menos oito criminosos invadiram uma fazenda da vítima na BR-163. Os bandidos doparam uma adolescente de 15 anos e renderam Edson. Ele foi colocado em uma picape e mantido refém.

Nesta terça-feira (21), a Polícia Civil, por meio da GCCO, deflagrou a Operação Efeito Dominó, cumprindo 10 mandados de prisão preventiva contra os suspeitos pelo roubo e sequestro do fazendeiro. As investigações revelaram que o crime foi meticulosamente planejado, com divisão de tarefas e várias reuniões por videoconferência. Um preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e um membro do Comando Vermelho, no bairro Mapim em Várzea Grande, foram identificados como os principais articuladores.

Edson foi encontrado pela equipe da GCCO nas proximidades da comunidade Rancharia, em Nossa Senhora do Livramento. “Dois homens presos no dia do fato atuavam como negociadores, comunicando-se apenas por WhatsApp. Também havia os contadores, que forneciam as contas para receber os valores. Além dos articuladores dentro e fora da PCE, havia um disciplinar que recrutou os executores e uma pessoa que organizou a reunião para a execução do crime. Todos os indiciados têm extensa ficha criminal por roubo, homicídio, porte de arma e associação criminosa”, disse o delegado Antenor Pimentel, da GCCO.

“O sequestro foi motivado por questões financeiras. Os executores não tinham conhecimento de todo o esquema, que foi compartimentado. Os planejadores revelaram que visavam os valores das emendas parlamentares, apesar de não haver consenso sobre como isso seria feito. Poderia até ser algo inexequível, mas foi o que alegaram. Na época, Jangada recebeu R$ 28 milhões do Governo Federal, e eles miravam essa emenda”, acrescentou.

No mesmo dia, a polícia prendeu três envolvidos em flagrante, nas cidades de Nova Olímpia e Nova Marilândia. A primeira presa foi uma mulher que emprestou sua conta bancária para receber os valores extorquidos. Em seguida, um casal que atuou como intermediário para liberar a vítima foi detido.

Ao longo da investigação, a GCCO identificou 12 pessoas envolvidas no sequestro, incluindo os planejadores, executores e aqueles que forneceram contas bancárias. Um dos investigados declarou que o objetivo inicial era exigir altos valores da família, mas após as prisões em flagrante, o grupo desistiu do crime. O delegado também relatou que foi oferecido R$ 20 mil para cuidar da vítima no cativeiro.