Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa tarde, Quinta Feira 05 de Junho de 2025

Menu

Jogo marcado

Bancos flagram 'armação' e pedem saída de administrador de RJ de R$ 594 milhões em MT

Insrituições citam que advogado já prestou serviços ao Grupo Marquezam

Geral | 03 de Junho de 2025 as 14h 43min
Fonte: FolhaMax

Foto: Divulgação

Um grupo de bancos - Rabobank, Paccar, De Lage Landen e ABC Brasil -, pedem a destituição da administradora judicial do Grupo Marquezam, que atua no agronegócio em Mato Grosso e move um processo de recuperação judicial com dívidas de R$ 594,3 milhões. O documento aponta irregularidades graves, como omissão de vínculos anteriores entre a Liberty Administração Judicial e a organização em crise. que atua na pecuária e agricultura.

O grupo tem sede em Nossa Senhora do Livramento e é formado pela empresa Nova Fronteira Agro e Logística Ltda, além dos produtores João Paulo Marquezam da Silva, Hélio Alves da Silva, Maria Madalena Marquezam da Silva e Carolina Marquezam da Silva. Segundo o pedido, o advogado Adonis Fernando Viegas Marcondes, sócio da Liberty, prestou serviços ao Grupo Marquezam em agosto de 2024, recebendo R$ 50 mil. A informação não foi divulgada ao juízo durante sua nomeação.

A Liberty foi constituída em 22 de outubro de 2024, um dia após um pedido liminar da empresa devedora que antecedeu à recuperação judicial. “Compulsando os relatórios LCDPR (Livro Caixa Digital do Produtor Rural) apresentados nos autos, verifica-se que Adonis Fernando Viegas Marcondes prestou serviços aos devedores através da sociedade individual de advocacia, recebendo dos recuperandos, em agosto de 2024 (dois meses antes da propositura da tutela cautelar antecedente à esta recuperação judicial), o importe de R$ 50.000,00”, diz trecho do pedido.

Os bancos questionam a imparcialidade do administrador, revelando a coincidência de datas e a possível criação da Liberty para beneficiar os devedores. Além disso, segundo o processo, há falhas operacionais, como a ausência de relatórios mensais e dificuldades de comunicação com credores.

As instituições financeiras também denunciam a inclusão indevida de créditos com alienação fiduciária (um tipo de hipoteca) como garantias reais. Bens colocados em garantias de financiamento sob alienação fiduciária não se submetem à recuperação judicial, ou seja, podem ser executados a qualquer momento.

CRÉDITO E FORTUNA

A exceção, de acordo com as instituições financeiras, teria sido o Banco Daycoval, cujo crédito foi colocado de forma devida sob a categoria de alienação fiduciária num negócio suspeito, com um financiamento ao Grupo Marquezam como pano de fundo. Em despacho do dia 30 de maio de 2025, o juiz da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Marcio Aparecido Guedes, deu 5 dias para a Liberty Administração Judicial dar explicações sobre as acusações.

O Grupo Marquezam também deverá informar quanto já pagou pelos trabalhos de administração judicial. A decisão que homologou a Liberty como administradora judicial - um auxiliar do Poder Judiciário, que realiza levantamentos administrativos e contábeis, além de prestar informações aos credores - determinou que a organização recebesse quase R$ 15 milhões pelo trabalho.