Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Sexta Feira 10 de Outubro de 2025

Menu

Sinop

Após 26 anos de aluguel, Caixa vai pagar R$ 750 mil para dono do imóvel

Valor é referente a indenização para que o prédio seja reformado

Geral | 08 de Outubro de 2025 as 16h 41min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: Divulgação

Em 1999, a Caixa Econômica Federal alugou um prédio na Avenida Júlio Campos, esquina com Rua das Azaleias, para implantar a agência de Sinop. Foram quase 26 anos no mesmo imóvel. Nesse mês de setembro o banco público acertou a última conta com o seu locador: R$ 750 mil.

O valor descrito no termo de Rescisão do contrato 90086/2014, publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (6), é referente a indenização para a reforma do prédio. Ao romper o antigo contrato de locação, a Caixa Econômica tinha como obrigação restituir as condições originais do imóvel. Ao invés de executar as obras, o banco preferiu chegar a um acordo com o dono do prédio, indenizando.

O dono do imóvel é a Astro Luz Locação de Imóveis, empresa de Jaime José Rigon, que começou como uma instaladora elétrica, depois foi convertida em uma empresa imobiliária e hoje detém boa parte dos “prédios grandes” da Avenida Júlio Campos, a principal da cidade. O imóvel onde estava a agência tem 967,80 metros quadrados. O primeiro contrato de locação, em 1999, previa uma ocupação de 10 anos. Antes do seu fim, em 2005, um novo contrato de mais 10 anos foi feito e o mesmo ocorreu em 2014, quando o contrato atual foi firmado, tendo sofrido alguns aditivos. Na última renovação, que expiraria em 31 de janeiro de 2025, o valor do aluguel era de R$ 46.909,28.

Em abril de 2025 a Caixa Econômica mudou a agência para um novo prédio, também na Avenida Júlio Campos, também pertencente a Jaime Rigon. O imóvel atual tem 1,4 mil metros de área construída e um aluguel de R$ 53 mil por mês.

A reforma do prédio antigo passou por uma barganha. No começo, a Caixa propôs uma indenização de R$ 540 mil – calculado com base em um orçamento realizado por uma empresa que presta serviço ao banco. A Astro Luz apresentou um contra levantamento, com um orçamento de R$ 639.355,00 para a execução de todas as obras. Por fim, a Caixa considerou que seria “vantajoso” pagar uma indenização de R$ 750 mil para a Astro Luz e encerrar de vez o contrato.

Essa foi a posição do documento assinado por Sílvio Martins dos Reis, técnico bancário novo da CR Logística e Ambiência de Goiânia. Na sua análise, o técnico cita um relatório elaborado pelo escritório de engenharia que orçou uma despesa de R$ 505.591,79 para a recomposição do imóvel. A esse valor o técnico somou R$ 339.455,60, que seria referente ao aluguel no período de execução dessas obras, até a conclusão e entrega das chaves. “Além disso, o acordo permitirá a liberação das equipes técnica e administrativa para atuação em outros projetos, bem como isenta a CAIXA dos demais encargos contratuais relacionados ao imóvel”, descreveu o técnico em sua avaliação, que foi acatada pelo banco.

Na conta feita por Sílvio, os R$ 750 mil são descritos como sendo R$ 505.591,79 referente ao orçamento do escritório de engenharia, mais R$ 244.408,21 dos aluguéis durante o período da obra (180 dias).

O orçamento que orientou a Caixa foi elaborado pela Anemus Arquitetura e Engenharia, empresa que tem sua sede em Cuiabá (MT). Nas planilhas que integram o processo, estão listados 43 itens relacionados à reforma. A obra iria do piso ao telhado, passando pela elétrica e hidráulica. A maior despesa seria com forro de gesso. A Anemus calculou um gasto de R$ 195 mil com esse item, contabilizando 960 metros quadrados de forro de gesso – apenas 7,8 metros quadrados a menos que a metragem total do imóvel. A segunda maior despesa por item seria com a troca do piso cerâmico: R$ 80.754,00 – novamente para cobrir uma área de 960 metros quadrados.

Jaime e a Astro Luz aceitaram a proposta de indenização. Com o distrato, desde o dia 1 de setembro sua a imobiliária reassumiu o prédio, os pagamentos de IPTU, água, luz e demais encargos. Até esta primeira semana de outubro o prédio estava sem uso, fechado e já sem os letreiros ou adesivos de identificação da Caixa Econômica Federal.