Advogados defendem história de juiz atacado durante batalha judicial nas eleições de Cuiabá

Vinte e cinco advogados assinam uma carta aberta, publicada nesse sábado (17), em defesa do juiz Jamilson Haddad, que preferiu deixar a 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá, após ataques à sua atuação em meio a uma batalha judicial em que se transformou as eleições para prefeito de Cuiabá.

Haddad teve seu nome exposto e suas decisões questionadas em reportagem para fins políticos, supostamente financiada pelo grupo de um dos candidatos na Capital.

Com receio de que isso pudesse gerar atrasos ao trabalho da 1ª Zona Eleitoral e, consequentemente, nas eleições em si, o magistrado enviou ofício à presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Maria Aparecida Ribeiro, e pediu para deixar a corte, o que já foi acatado pelo TRE-MT na última sexta-feira (16).

Na carta assinada pelos 25 advogados (veja lista abaixo), eles destacam que Jamilson Haddad é exemplo nacional por seu “histórico irrepreensível e ilibado”.

“Jamilson tem um histórico irrepreensível e ilibado no sacerdócio da judicatura e é, sem exagero, um orgulho nacional da classe, honrando a Magistratura de Mato Grosso, notadamente no sensível tema que se debruçou profissional e academicamente, o da violência doméstica contra a mulher.”

“E mesmo com tudo isso depondo a seu favor, e demonstrando o mais louvável desprendimento pessoal, optou por se afastar da 01 Zona Eleitoral de Mato Grosso, justamente para que se evite qualquer tipo de questionamento sobre o futuro resultado das eleições e, também, como forma de garantir maior celeridade na análise dos casos, evitando a delonga decorrente da ritualística das exceções de suspeição. Receba, Jamilson, a nossa solidariedade e nosso reconhecimento público pela postura irrepreensível”, concluem.

Ao Única News, Jamilson Haddad destacou seus 25 anos atuando no judiciário, sempre pautado em honestidade e dedicação. Por fim, pediu respeito à sua história.

“Optei por sair da função eleitoral para preservar a credibilidade da Justiça Eleitoral e para garantir a celeridade e transparência das eleições! Ao longo dos meus 25 anos de Magistratura, sempre pautei pelo respeito às partes, aos advogados, às autoridades constituídas e à imprensa. Não tenho inimigos. Apenas quero que respeitem a minha história de dedicação à Justiça, à Magistratura e à minha família”, afirmou à reportagem.

O ofício já foi respondido pela presidente da Corte Eleitoral e, desde esta sexta-feira (16), Jamilson Haddad de fato deixou o TRE-MT.

Agora, ele continua o magistério como juiz do 3º Juizado Cível da Capital, como Coordenador da Escola Nacional da Magistratura em MT, pela AMB, Diretor Acadêmico pela AMAM e Diretor da Secretaria da Mulher pelo IBDFAM-MT.

Veja a íntegra da carta

NOTA DA ADVOCACIA ELEITORAL DE MATO GROSSO

Os advogados que militam na seara eleitoral de Mato Grosso, e em especial na Zona Eleitoral de Cuiabá, recebem com bastante indignação a tentativa de descredibilizar a imparcialidade do magistrado Jamilson Haddad, que até dias atrás era responsável pela análise das representações e processos envolvendo a propaganda eleitoral na capital.

Jamilson tem um histórico irrepreensível e ilibado no sacerdócio da judicatura e é, sem exagero, um orgulho nacional da classe, honrando a Magistratura de Matogrosso, notadamente no sensível tema que se debruçou profissional e academicamente, o da violência doméstica contra a mulher.

Autor de livros e professor reconhecido, teve justamente na sua missão de ensinar e conscientizar a imposição de um cerebrino e infundado obstáculo na sua retidão, o que é causa de contundente rechaço por todos os advogados que militam na Judiciário de Mato Grosso, e muito especialmente na Justiça Eleitoral, sabedores da sua mais absoluta correção no modo de agir e de decidir as causas que lhe foram e ainda são diariamente endereçadas.

E mesmo com tudo isso depondo a seu favor, e demonstrando o mais louvável desprendimento pessoal, optou por se afastar da 01 Zona Eleitoral de Mato Grosso, justamente para que se evite qualquer tipo de questionamento sobre o futuro resultado das eleições e, também, como forma de garantir maior celeridade na análise dos casos, evitando a delonga decorrente da ritualística das exceções de suspeição.

Receba, Jamilson, a nossa solidariedade e nosso reconhecimento público pela postura irrepreensível.

Subscritores:

1) Rodrigo Cyrineu

2) Felipe Cyrineu

3) João Bosco Ribeiro Barros Jr.

4) Rafael Rabaioli

5) Lenine Póvoas

6) Dennis de Abreu

7) Paulo Marcel Grisoste Santana Barbosa

8) Artur Mitsuo Miura

9). Hélio Ramos

10) Ronimarcio Naves

11) Elvis Klauk Jr

12) Luciano Pinto

13) Marcos Andrade

14) Marcelo Joventino Coelho

15) Mônica Furtado

16) Elisangela Azeredo

17) Mauricio Magalhães Faria Junior

18) Mauricio Magalhães Faria Neto

19) José Renato de Oliveira Silva

20) Samuel Franco Dália Neto

21) Antonio Cassiano de Souza

22) Jackson Coutinho

23) Leandro Ribeiro Azevedo

24) Rayssa Toledo Balster de Castilho

25) Guilherme Leite Rodrigues