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Sinop

Advogado fala sobre o medo de perder o pai e da 'certeza de que ia morrer'

Em entrevista, Marcos Vinícius Borges relata o episódio em que sobreviveu a uma tentativa de homicídio

Geral | 25 de Abril de 2023 as 16h 04min
Fonte: Redação

Foto: Divulgação

O midiático e para alguns polêmico, advogado criminalista de Sinop, Marcos Vinícius Borges, 37 anos, relatou sua experiência de sobreviver a uma tentativa de homicídio em uma entrevista concedida ao O Globo. No texto do jornalista Arthur Leal estão as narrativas do advogado sobre o que sentiu naquela tarde de quinta-feira, 23 de março, quando dois homens que se anunciavam como possíveis clientes entraram em seu escritório, renderam seu pai e atiraram contra seu peito.

Conhecido por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais e por atuar em casos polêmicos, como o da chacina com 7 mortos após uma partida de sinuca em Sinop, Borges diz que precisou mudar boa parte de sua rotina. Ao relembrar o ataque, ele revela que um dos criminosos, ao sacar a arma em sua sala, anunciou que ia matá-lo e que aquela era uma execução encomendada. “Eles agendaram um horário como possíveis clientes e, até num ato de bobeira, algo que não é costumeiro, acabei agendando eles num horário fora da minha hora de serviço, momento em que o escritório estava bem vazio, só estávamos eu e meu pai”, relembra. “O primeiro bandido chegou e aguardou normalmente. Eu estava finalizando uma audiência de Goiás por videochamada. Ao acabar, autorizei que ele subisse. Foi quando um outro entrou e rendeu meu pai lá embaixo. Ele, ao entrar na minha sala, sacou a arma e disse que ia me executar, que era uma ‘peça encomendada’, ou algo do tipo”, completou.

Antes de acabar sendo baleado perto do peito, ele e o pai, Lúcio Borges, de 76 anos, ainda entraram em luta corporal contra os dois bandidos. Já ferido gravemente, ele conta que, àquela altura, achava que ia morrer e só conseguia pensar em proteger o pai. “No momento em que ele fez esse anúncio (de que ia matá-lo) eu já não me recordo muito bem, por conta da adrenalina... até o momento em que meu pai apareceu, lutando com o outro rapaz. Quando vi o cara apontar a arma para o meu pai, e quando ele viu a outra arma apontada para mim.... nós dois entramos naquele instinto natural de proteger quem a gente ama. Entramos em luta corporal e acabei alvejado na altura do peito. Eu senti exatamente quando levei o tiro, mas o instinto de amor pelo meu pai foi maior. Eu pensava que não ia sobreviver , então minha intenção era só salvar o meu pai. Minha intenção era lutar com aqueles caras até tirá-lo de perigo. Quando conseguimos afastá-los, contei ao meu pai que tinha levado um tiro, liguei para a delegacia e, também, para o hospital, para que já agilizassem um atendimento de urgência”, relembra.

A Polícia Civil já conseguiu prender um dos suspeitos de participação no crime, identificado como Lucas Santana Rodrigues. Outro, que não teve o nome revelado e continua foragido. A motivação ainda segue um mistério.

O criminalista afirma que, após o atentado, reforçou a segurança e contratou um profissional para escoltá-lo. Além disso, deu entrada no porte de armas. O estilo de vida ‘ostentação’, no entanto, não vai mudar, garante. “Eu não pretendo alterar o meu estilo de vida em razão do ocorrido. Vou continuar utilizando as jóias que eu gosto, andando nos carros que eu gosto, mas certamente vou observar melhor os lugares onde ando, mudar alguns locais que frequento. Mas não meu estilo de vida”, diz. “Nós reforçamos o escritório com mais uma porta de segurança e detector de metal e dei entrada no meu porte de arma, que, para mim, é o mais importante. Por enquanto, também contratei uma pessoa para fazer a minha segurança”, continua.

Vinícius afirma que já se recuperou bem e voltou a trabalhar normalmente. Ele também comenta sobre o possível medo de voltar a ir à rua ou mesmo de fazer atendimentos no escritório, que não pretende mudar de lugar. “E, sobre medo, não vou dizer que o que aconteceu é fato superado... mas não vou dizer também que existe todo esse receio. Eu reforcei minha segurança e meu modo de atender, não atendo mais como antes, de peito aberto, e busquei reforçar a minha segurança. Não saio mais na rua para lugares que não sejam essenciais e o endereço onde eu moro não é divulgado. É essa maneira que irei me resguardar”, completou.

 

Casos controversos

Além de um dos autores da chacina de Sinop, o criminalista também defendeu recentemente, Iago Berlanda, de 29 anos, suspeito de atropelar e matar o atleta Leandro Ferreira dos Santos, de 37 anos. O advogado também atuou na defesa de um operador de máquinas de 47 anos que foi absolvido pelo crime de estupro; fez a defesa de um homem preso por atirar em um cachorro em Cuiabá; entre outros casos.