Concentração de renda
O que explica MT estar no topo do ranking da desigualdade
Enquanto a maioria da população mal conseguiu recuperar a renda perdida após a pandemia, os super-ricos viram seus ganhos mais que dobrarem desde 2017, com aumento real de 108,5%
Economia | 22 de Agosto de 2025 as 13h 08min
Fonte: Eh fonte

Mato Grosso lidera um ranking nada positivo. Entre os estados, é o que tem a maior concentração de renda. Ou seja, uma pequena parcela da população fica com quase tudo, enquanto a maioria divide o que sobra.
Em Mato Grosso, a desigualdade funciona como uma balança desequilibrada. De um lado, uma pequena elite cada vez mais pesada; do outro, a maioria tentando se manter de pé com muito menos recursos.
De acordo com os dados levantados pelos economistas Sérgio Gobetti e Priscila Kaiser Monteiro, em parceria com o cientista de dados Frederico Nascimento Dutra, 30,5% de toda a renda disponível no estado está nas mãos do 1% mais rico. A desigualdade se torna ainda mais gritante quando olhamos para o topo do topo: o 0,1% da população — gente tão rica que cabe em alguns poucos bairros de uma cidade como Cuiabá. Esse grupo concentra 17,4% de toda a renda.
Outro dado chama atenção: enquanto a maioria da população mal conseguiu recuperar a renda perdida após a pandemia, os super-ricos viram seus ganhos mais que dobrarem desde 2017, com aumento real de 108,5%.
Esse cenário não é exclusividade de Mato Grosso, mas aqui o abismo é maior. No Brasil como um todo, o 1% mais rico detém 24,3% da renda — ainda assim, sete pontos percentuais a menos do que no estado.
O quadro, diz o levantamento, mostra evolução heterogênea da concentração de renda. “De modo geral, observa-se que estados mais ricos e com maior presença de milionários ou de atividades do agronegócio tendem a registrar os maiores aumentos da concentração de renda no período recente”, diz o estudo.
A concentração aconteceu porque de 2017 a 2023 o ritmo de crescimento da renda do topo da pirâmide foi mais acelerado. Segundo o estudo, a renda do 1% mais rico cresceu 29,7% em termos reais (acima da inflação), no acumulado dos seis anos, com média anual de 4,4% reais. Já no 0,1% mais rico o aumento acumulado foi de 48,8% e a alta média anual, de 6,9%.
Na parcela de 0,01% mais rico, o crescimento no total dos seis anos foi de 58,1% e a taxa anual foi de 7,9%, sempre em variações reais (acima da inflação). Foi considerada para o período de seis anos a inflação acumulada de 49,7%, baseada no deflator do PIB.
O que explica esse fenômeno?
O quadro de maior concentração de renda no topo da pirâmide, impulsionado principalmente por lucros e dividendos, torna mais urgente a necessidade de uma reforma tributária que traga maior progressividade ao IR e reduza incentivos à pejotização, aponta o estudo. Para Gobetti o imposto mínimo para tributação de rendas acima de R$ 50 mil mensais é apenas um “aperitivo” para uma reforma estrutural que precisará ser enfrentada mais à frente.
(Com informações do Valor Econômico)
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