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Descoberta significativa

BP anuncia grande descoberta de petróleo no Brasil, a maior da empresa em 25 anos

Economia | 04 de Agosto de 2025 as 14h 07min
Fonte: O Globo

Foto: Divulgação

O grupo britânico BP anunciou nesta segunda-feira que fez sua maior descoberta de petróleo e gás em 25 anos na costa do Brasil. O campo de Bumerangue está localizado na Bacia de Santos, a cerca de 400 quilômetros do Rio de Janeiro, e se estende por mais de 300 km², uma área aproximadamente cinco vezes maior que a de Manhattan.

"Estamos empolgados em anunciar esta descoberta significativa (...) a maior realizada pela BP em 25 anos", afirmou Gordon Birrell, vice-presidente executivo da BP, em um comunicado.

A descoberta foi a maior da empresa considerando todas as suas áreas de atuação desde 1999, quando foi identificado Shah Deniz, um gigantesco campo de gás no Mar Cáspio que contém cerca de 35 trilhões de pés cúbicos de gás (990 bilhões de metros cúbicos), informou um porta-voz da BP ao jornal britânico "Financial Times".

A empresa detém 100% dos direitos de exploração do campo, que foi arrematado em lance único pela BP em leilão realizado em 2022. Naquele ano, foi realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) o 1º Ciclo de Oferta Permanente no modelo de Partilha de Produção, usado em campos do pré-sal.

Nesta modalidade, a empresa que arremata o bloco precisa destinar à União um percentual do lucro óleo, ou seja, a parcela de petróleo excedente àquela utilizada para cobrir os custos de produção e investimentos. A BP ofereceu direcionar 5,9% do lucro óleo ao governo brasileiro.

O campo de Bumerangue fica na mesma região do bloco de Aram, área de exploração operada pela Petrobras em parceria com a estatal chinesa CNPC, onde em maio foi identificada a presença de petróleo. A estimativa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) é que Aram tenha 29 bilhões de barris de petróleo in place, volume considerado excepcional pelos técnicos da reguladora.

Nesse cenário, a perspectiva para Bumerangue é também de um grande volume de reservas, como observa Alexandre Szklo, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ. 

Ele acredita, porém, que os níveis elevados de concentração de dióxido de carbono detectados pela BP devem criar um desafio na extração, aumentando custos de processamento. Acredita-se que Bumerangue contenha uma mistura de gás, condensado e petróleo, mas a companhia britânica afirmou que ainda é cedo para avaliar o tamanho ou a qualidade das reservas.

— O CO2 em alta concentração impede a exploração do gás natural. Quando se comprime o gás junto com o CO2, se forma clatrato, um composto sólido que corrói o duto de transporte do gás para a costa. E deixar que o dióxido de carbono vá para a atmosfera, claro, não é uma solução, porque isso implica num aumento na emissão por barril de petróleo — explica.

Ele continua:

— A solução é desenvolver a captura do CO2 e a inserção dele de volta no reservatório ou numa área adjacente. Tecnologicamente, isso já está desenvolvido, mas vai impactar no custo do processo de tanto de extração quanto de pré-tratamento do gás na plataforma.

Colocar um campo em águas profundas no Brasil em produção pode levar entre quatro e dez anos.

Na terça-feira, o grupo apresentará seus resultados do segundo trimestre. A BP acaba de anunciar a nomeação do irlandês Albert Manifold como presidente do seu Conselho de Administração. A empresa está sob escrutínio devido aos rumores de fusão com a rival britânica Shell.

Também está sob pressão do fundo de investimento americano Elliott, conhecido por exigir mudanças estratégicas nos grupos em que investe e que oficializou recentemente sua entrada no capital da BP.