Operação Sisamnes
Advogado morto em Cuiabá revelou medo por esquema de venda de sentenças, aponta investigação
Roberto Zampieri temia por sua vida devido a decisões judiciais contrárias aos seus interesses
Economia | 28 de Novembro de 2024 as 14h 01min
Fonte: O documento

Mensagens obtidas pela Polícia Federal no aplicativo WhatsApp revelam que o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, temia por sua vida devido a decisões judiciais contrárias aos seus interesses. Os diálogos foram divulgados na decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a deflagração da Operação Sisamnes, na última terça-feira (26).
A operação, que representa um desdobramento das investigações, teve como alvo o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de intermediar a venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e em outras instâncias. Durante a ação, Andreson foi preso preventivamente, e mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra assessores de ministros, incluindo chefes de gabinete. A investigação também apura o envolvimento de Waleska Bertolini Vieira Mussalem, servidora do STJ, no esquema.
Conforme apurado, em 23 de abril de 2021, o advogado Zampieri solicitou que Andreson conversasse “com sua amiga”, referindo-se a Waleska. Nos diálogos interceptados, o lobista afirmou que já havia falado com a servidora, reforçando a participação dela no esquema. Zampieri, que defendia 21 posseiros em uma disputa judicial envolvendo a propriedade “Portal da Amazônia”, com cerca de 10 mil hectares e avaliada em R$ 15 milhões, buscava uma decisão favorável no STJ para manter os clientes na terra.
No entanto, a ministra Nancy Andrighi, em decisão de 23 de junho de 2021, considerou o recurso de Zampieri “prejudicado”. A decisão mantinha o processo sob responsabilidade do juiz Ivan Lúcio Amarante, da Segunda Vara de Vila Rica, que mais tarde foi afastado do cargo por suposto envolvimento no esquema de venda de sentenças.
Diante da decisão desfavorável, Zampieri demonstrou desespero nas mensagens. “Agora eu tô morto, meu amigo. Por favor, veja com sua amiga o que tem que ser feito para corrigir essa decisão”, escreveu ele ao lobista. Andreson respondeu que já havia falado com a servidora e solicitou que Zampieri “deixasse pronto os 200”, em referência a R$ 200 mil, valor que seria direcionado à “organização” da decisão.
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