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Artigo

O menor cabide de emprego de Sinop

26 de Outubro de 2021 as 12h 16min

Na semana passada (18), durante a sessão da Câmara de Sinop, o vereador líder do prefeito na Casa, Ademir Bortoli, encheu a boca para afirmar com força e convicção que a Ager é um cabide de emprego. “Para mim a AGER, desde quando foi criada é um cabide de emprego. A AGER continua inerte, ela não está cobrando empresa alguma. Não cobra Águas de Sinop, não cobra a empresa Rosa, não cobra empresa nenhuma. A AGER esta lá como cabide de emprego. É isso que eu tenho para dizer”, declarou Bortoli.

Decidi ir ver o tamanho desse cabide de emprego desnudado pelo líder do prefeito. A agência reguladora que já presta serviço para outros municípios da região possui 11 funcionários em sua folha de pagamento. Destes 11 cargos, 6 são efetivos, ocupados por servidores concursados. Apenas 5 são cargos comissionados, mas destes, 2 são ocupados por servidores de carreira da prefeitura de Sinop. Um desses cargos é a ouvidoria da Ager, que conserva o mesmo funcionário desde sua criação, no ano de 2014.

Na prática, o “cabidão” que o Bortoli falou tem apenas 3 cargos comissionados ocupados por livre nomeação política. Dois desses cargos são de chefe de divisão, com um salário de R$ 2,4 mil. O terceiro cargo é o de diretor técnico Operacional, com um salário de R$ 6 mil. Foi para o cargo de diretor técnico operacional que a Câmara aprovou o nome do ex-vereador Ícaro Severo, em setembro desse ano.

A Ager pode ter problemas de eficiência e baixa resolutividade quando o assunto é Águas de Sinop e o transporte coletivo. Mas está longe de ser um cabide de empregos. Embora críticas à repartições públicas costumam ser boas de se ouvir, essa é mais uma daquelas mentiras ditas para amansar o eleitorado. A verdade é que a Ager tem um baixo número de servidores para o trabalho que desempenha. Sua despesa mensal com folha de pagamento está na casa dos R$ 58 mil.

Já a Câmara de Sinop tem 36 funcionários efetivos e 74 comissionados. Só com os comissionados dá para montar 7 equipes da Ager. Os 30 assistentes parlamentares nível 1 (são 2 para cada vereador), já consomem R$ 93,2 mil por mês.

É duro defender a Ager, eu sei. Mas no assunto “cabide de emprego”, a Ager é a lojinha da esquina e a Câmara, um shopping.

Jamerson Miléski

O Observador