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O equilíbrio que a vida pede

14 de Janeiro de 2023 as 16h 22min

“A loucura, objeto de meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente”. (Machado de Assis-  O Alienista)

        Um novo ano chegou e com ele, semelhante a anos anteriores, novas perspectivas,  novos sonhos e projetos a serem  colocados em prática. A sensação  que dá é que os últimos três anos não  foram  vividos e sim,  contados, com desejo de que acabassem rápido. Os sobreviventes da “praga do século XXI” comemoram nada mais,  nada menos que a sua oportunidade de viver. A Saúde Mental fragilizada é uma sequela dos acontecimentos e cuidar dela é uma prioridade nos próximos anos.

O mês de janeiro  guarda uma série de propostas e iniciativas das quais pode -se dizer frustrantes ou motivacionais. Estratégias voltadas à saúde física,  econômica, familiares e trabalhistas são prioridades, porém  a Saúde Mental acaba saindo do  cardápio de necessidades.  Justo esta, que é a reitora de todas as ações físicas e condutuais do indivíduo.

        O Janeiro  Branco  é recente. Surgiu em 2014, através de um brasileiro. A partir de uma iniciativa do  psicólogo Leonardo  Abrahão. Cada ano,  existe um lema para reflexão. Naquele  ano refletiu-se em:  O mundo pede saúde mental. Esse lema ainda ecoa atualmente.  De fato ,  nunca se ouviu  falar tanto  em doenças mentais como  nos últimos anos. Alguns indicadores falam por si próprio:  No primeiro ano da pandemia de Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Fundação  Oswaldo cruz (Fiocruz),  trouxe a tona em 2022 que houve um excesso de suicídios já na primeira onda da Covid 19. O Brasil é declarado  pela OMS como o país mais ansioso no mundo.

Precisamos falar de saúde mental. Como um dos  lemas do  Janeiro  Branco, reflete diretamente as necessidades atuais. Uma outra publicação de um relatório da OMS em Genebra no ano de  2021 apontou que não  se alcançaram  as metas para a Saúde Mental e, neste momento, tramita a proposta de prorrogação  até 2030. Falar e cuidar da Saúde Mental parece  um grande desafio e nós, seres humanos e em especial os brasileiros,  somos sensitivos. Precisamos ver e sempre comprovar. É mais compreensível entender a Covid 19, o Acidente Vascular Cerebral,  outras doenças físicas do que problemas psíquicos que não  se vê. Para muitos, é inconcebível  tomar medicamentos,fazer terapia entre outros tratamentos para algo  que não se materializa e com isso,   a vida vai se desequilibrando  com o  corpo aos poucos adoecendo.

É necessário incluir a Saúde Mental  como  meta para o novo ano.  O cuidado com a mente precisa ser inserido  na agenda ,  no  planejamento,  nas matérias escolares,  em  reuniões de família e no trabalho. Se não  fizermos algo,com perspectivas para os próximos anos,  poderemos assistir um cenário  catastrófico  de pessoas com graves comprometimentos advindo  de uma Saúde Mental descompensada. Pensemos nisso enquanto a vida nos sinaliza o pedido  de equilíbrio e, enquanto  há tempo.

 

*Julio César Marques de Aquino (Júlio Casé) é médico de Família e Comunidade pela SMS- Sinop/MT. Professor de medicina de pela UFMT campus Sinop. Autor do livro “Receitas para a vida” pela editora Oiticica. Medico residente de Psiquiatria HMCL - SMS - São Paulo. Contato: email: juliocasemed@gmail.com

Júlio Casé

Artigo

*Julio César Marques de Aquino (Júlio Casé) é médico psiquiatra pelo Hospital Municipal do Campo Limpo - SMS - São Paulo- SP. Médico de Família e Comunidade pela SMS- Sinop - MT. Professor de medicina pela UFMT campus Sinop - MT. Autor do livro “Receitas para a vida” pela editora Oiticica.  Titular da cadeira número 35 da Academia Sinopense de Ciências e Letras cujo o patrono é o médico e escritor Moacyr Scliar. Contato: email: juliocasemed@gmail.com.