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Ansiedade e depressão juntas: como identificar?

19 de Outubro de 2021 as 08h 33min

A ansiedade e a depressão são problemas distintos e cada um apresenta suas próprias características, porém, essas duas condições podem coexistir em uma mesma pessoa. Tanto a ansiedade quanto a depressão envolvem mudanças de comportamentos que atrapalham muito o dia a dia de uma pessoa, gerando um alto prejuízo na área da saúde, na área social, profissional, econômica, familiar e nos relacionamentos interpessoais de forma geral.

Mas, afinal, a ansiedade leva à depressão ou é o contrário? Essa é uma pergunta que surge frequentemente no consultório. O que acontece muitas vezes é que os sintomas se apresentam de forma simultânea e a relação entre eles pode não ser tão simples de ser identificada.

Para tentar traçar esse caminho, vamos trazer o exemplo de uma pessoa que sofre com depressão. Esse quadro gera uma situação de falta de controle, porque a pessoa se vê triste, angustiada, sem energia e, mesmo tendo motivos para fazer o que precisa, ela não tem forças, nem ânimo. Ao passar muito tempo nessa situação, é possível desenvolver uma angústia tão grande que possa levar ao Transtorno de Ansiedade.

O sentimento de ansiedade pode se tornar patológico, dessa forma, é possível que o sentimento de ansiedade faça parte de um quadro depressivo. Inclusive, metade dos casos de depressão caminham junto com a ansiedade.

Da mesma forma, uma pessoa com ansiedade que sofre com preocupações excessivas, coração acelerado, sensação de falta de ar e insônia, acaba pensando obsessivamente em uma mesma questão e não consegue regular isso, o que com o passar do tempo, sofrimento dessa condição, vai debilitando a pessoa, trazendo a sensação de inferioridade, incapacidade, o que eventualmente torna a pessoa melancólica chegando aos sintomas da depressão.

 

Como saber se tenho depressão e ansiedade?

Uma pessoa que esteja convivendo com os dois problemas poderá apresentar os sintomas comuns desses transtornos mentais, inclusive, existem diversos casos em que o paciente busca ajuda querendo tratar a ansiedade, mas que na verdade essa pessoa tem um quadro depressivo e não sabe.

Contudo, em outros casos, a pessoa pode apresentar a depressão e a associação de um transtorno ansioso, chamamos comorbidade. Dessa forma, a maneira mais segura de conseguir um diagnóstico e o melhor tratamento é buscando ajuda especializada.

E os sintomas de depressão e ansiedade?

 

Depressão

Caracterizada por humor deprimido, juntamente com a diminuição do prazer, desde as atividades diárias até a perda da libido, alterações de apetite, como aumento ou diminuição, assim como desregulação do sono, além de quadros de fadiga, cansaço, indisposição, sentimento de culpa e inadequação, pensamentos de morte e dificuldade para se concentrar.

 

Ansiedade

Caracterizada com a preocupação excessiva, não necessariamente com um foco. Essa preocupação não é controlada pelo indivíduo, é uma invasão da mente. Junto com a ansiedade, pode surgir a inquietação, o nervosismo, a irritabilidade, fadiga e o cansaço, tremores e dores pelo corpo, além da dificuldade para se concentrar. Também pode haver alterações de sono, mas nesse caso, o sono se torna mais leve e com pouca qualidade. Entre os sintomas físicos, estão a falta de ar, o suor, a mão gelada, boca seca, tontura e náusea.

 

Prevenção e tratamento

Para entender se é hora de procurar ajuda especializada, o melhor é observar os seus sintomas. O que vai ser determinante se é a intensidade é a frequência com que eles aparecem no dia a dia.

Estar ansioso antes de uma prova é comum, mas sentir-se assim todo dia, a maior parte do dia não, já é um indicativo de algo mais sério. O mesmo serve para a depressão. Existem tratamentos medicamentosos que podem ajudar a tratar a depressão, o transtorno ansioso e a depressão ansiosa, além de terapias, que são uma excelente forma de tratamento.

Entretanto, o ideal é estar atento para se prevenir dessas condições, apostando em qualidade de vida, melhora da rotina, em boas noites de sono e na alimentação. E, se sentir que algo está errado, não tente ignorar o problema, busque ajuda médica. Não há porque ter vergonha e estigma em procurar um profissional da saúde mental. Ao reconhecer os sintomas, procure ajuda de seu médico de confiança e lembre-se “TUDO PODE SER DIFERENTE”.

 

*Dr. Kristian Barros, médico e ex-secretário de saúde de Sinop.

Dr. Kristian Barros

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