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A formação de um discípulo
É indispensável que sejam treinadas pessoas para proclamar boas ideias ao mundo
10 de Novembro de 2025 as 16h 37min
Fonte: Francisney Liberato
O aluno ou discípulo é aquele que imita e segue o seu mestre, rabi ou professor. Para formar um aluno, é necessário tempo, às vezes, anos de estudos e dedicação.
Em nossa cultura ocidental, formar alguém em uma universidade, considerando desde o primeiro ano da educação básica, necessita de em média 12 anos de dedicação.
Na cultura judaica, da época de Jesus, havia algumas peculiaridades acerca da formação acadêmica, pois uma criança a partir dos seis anos de idade já deveria ser treinada e orientada na “Torá”, também conhecida como Pentateuco, que são os primeiros cinco livros da Bíblia. Com aproximadamente dez anos de idade essas crianças já sabiam quase todo o conteúdo memorizado.
Como há época não existiam muitas cópias as quais eram restritas aos rabinos, a necessidade de memorização era latente. Observe esse contrassenso com os dias atuais, pois hoje temos todos os meios de informações disponíveis na palma da nossa mão, e não temos a cultura e nem a vontade de ler, muito menos de memorizar textos e informações.
Aqueles alunos que tinham mais de dez anos e que se destacavam dos outros, eram separados e direcionados para outro estágio de aprendizado, o qual se chamava “bet talmud” (casa de aprender).
Como esses alunos eram considerados “os melhores”, deveriam memorizar os livros de Gênesis a Malaquias. Percebam que era indispensável muita concentração e foco para atingirem a sua melhor performance.
Ao chegarem aos quinze anos de idade e passarem pela “Casa do aprender”, somente os melhores dos melhores alunos permaneciam estudando, e assim passavam a serem conhecidos como “Talmidim” (discípulos).
Os outros alunos “menos gabaritados” voltavam para suas casas e seguiam a profissão de seus pais, tais como: agricultura, pescaria etc.
Os “Talmidim” (discípulos), depois de todo o preparo e estudo, só então se apresentavam a um rabino famoso e manifestavam o interesse em serem um discípulo.
Esse pedido significava que o discípulo desejava tomar sobre si o jugo desse rabino. Ele queria aprender a fazer o que o rabino fazia. O aluno seria, a partir de então, um seguidor do seu mestre.
Após a manifestação de interesse do aluno em ser um discípulo, o Rabino o submetia a uma sabatina (entrevista), com muitas perguntas a respeito da Torá e a respeito das tradições judaicas, para saber se este realmente estava preparado para cumprir com a sua missão com o seu mestre.
Caso o Rabino entendesse que o aluno não teria condições de ser um discípulo, este o enviava de volta para sua casa, para seguir a profissão da família.
Se, porém, o Rabino acreditasse que o aluno, de fato, era capaz de tal missão, ele dizia: “Venha, siga-me”.
Para ser aceito como um discípulo de um Rabino, era necessário passar por muitos estágios, conforme vimos. Podemos enxergar a situação demonstrada, como um concurso público de ampla concorrência em nossos dias. Tal situação, não era nada fácil, e se exigia muito dos candidatos.
Era preciso deixar pai e mãe, a sinagoga, a cidade e os amigos a fim de dedicar a vida para aprender a fazer o que o Rabino fazia. Quão preciosa era a missão de copiar o seu mestre.
Se fôssemos fazer os testes da época será que passaríamos? Será que teríamos força de vontade e inteligência emocional e intelectual suficiente para seguir um mestre? Você crê na sua aprovação e na sua capacidade? Porém, Jesus, mais uma vez, quebrou o paradigma da época ao chamar os seus discípulos, assim como nós hoje.
No chamado de alguns discípulos, Jesus escolheu homens pescadores, cuja qualificação acadêmica era quase nula, isto é, provavelmente teriam sido reprovados nos estágios mencionados, já que exerciam as profissões da família.
Jesus chamou alguns rapazes que não preenchiam os requisitos necessários. Que não eram cidadãos valorosos aos olhos da sociedade, e que não possuíam qualquer qualificação intelectual.
Para Jesus, não importa quão bom você seja. Não há desempenho intelectual que O faça desejá-lo mais, ou menos. O amor que Ele dispensa a cada um de nós é livre de méritos humanos, basta apenas aceitarmos a Sua graça e segui-lo.
Sigam-me! Assim ele dizia aos seus discípulos. Vocês podem ser como eu!
Hoje, o mesmo convite é oferecido a você, “venha a mim”! “Vem e segue-me”! “Eu te ajudarei e te sustentarei, por onde quer que andares, pois eu estarei contigo todos os dias”!
*Francisney Liberato é Auditor do Tribunal de Contas de Mato Grosso. Escritor. Palestrante e Professor há mais de 25 anos. Coach e Mentor. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa. Graduado em Administração, Ciências Contábeis (CRC-MT), Direito (OAB-MT) e Economia. Membro da Academia Mundial de Letras. https://francisneyliberato.my.canva.site/
Francisney Liberato
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*Francisney Liberato é Auditor do Tribunal de Contas. Escritor, Palestrante, Professor, Coach e Mentor. Mestre em Educação pela University of Florida. Doutor em Filosofia Universal Ph.I. Honoris Causa. Bacharel em Administração, Bacharel em Ciências Contábeis (CRC-MT) e Bacharel em Direito (OAB-MT). Vice-presidente da Associação Brasileira dos Profissionais da Contabilidade – ABRAPCON. Membro da Academia Mundial de Letras. francisney@hotmail.com