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Artigo

A desinformação do melhor salário

04 de Dezembro de 2024 as 09h 57min

Matérias na mídia local dando conta do salário da PMMT como sendo um dos mais altos dentre as polícias, mais atrapalham do que ajudam a esclarecer um problema. Atrapalha porque um dado precisa ser analisado em seu contexto. O mais importante deles é o seguinte: algumas polícias recebem acréscimos no valor base que é divulgado enquanto salário, o dito "soldo", que é apenas o piso para vários outros auxílios. Ao passo que na PMMT o salário é parcela única, sem acréscimos, a modo de "subsídio".

Isto por si só derruba nosso subsídio dentre as demais pms sensivelmente. Outro aspecto é o contexto da economia local e seu poder de compra. É radicalmente diferente receber um determinado valor em MT e em João Pessoa, por exemplo. Os valores não são absolutos.

Seriam, se, o contexto fosse respeitado. Em nosso caso, o contexto com a PJC. Nossa coirmã. Instituição cujo trabalho está ligado ao da PM. Instituições siamesas no combate ao crime. Neste caso, sim, a comparação é legítima. Pois embora sendo civis a PJC possui a integralidade e a paridade na aposentadoria sem falar que, mesmo sem um código penal militar sobre o ombro, atualmente ainda têm um menor tempo de contribuição; visto a última reforma da previdência que surrou militares como verdadeiros vilões da República.

Nesse diapasão de comparação aí sim merecemos urgente isonomia. A diferença é brutal. E não há argumento possível que valide essa diferença de tratamento: ambas são carreiras jurídicas pois têm o mesmo pré-requisito de ingresso. 

Comparar assim nosso salário nesse contexto artificial em que várias pms divulgam "salários errados", ou seja, sem acréscimos é, dessa forma, no mínimo, um grande equívoco, ou, o que não quero crer: má-fé. 

Por que diminuir uma luta cujo vencedor principal é o cidadão, ao ter um profissional motivado e dignamente remunerado? A quem interessa queimar essa luta? 

A lógica empresarial não é a lógica do serviço público. Igualar desiguais é absurdo. Ninguém dispõe a vida à morte, como um policial, nas empresas. Temos uma carreira que atravessa governos e não pode, ao longo do tempo, ser diminuída em vista de favoritismos. 

Isonomia é o que se busca. Tratamento Igualitário é o  que se busca. Valorização do policial é o que se busca . 

Alexandre Mendes

*Alexandre Mendes é  Ex-Comandante-geral da PM-MT.