Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Domingo 05 de Maio de 2024

Menu

Sugere estudo

Dengue na gravidez pode afetar bebê nos 3 primeiros anos

Pesquisa coliderada por brasileira aponta maior risco de baixo peso ao nascer e de internação nos três primeiros anos de vida em crianças cujas mães tiveram a doença na gestação

Saúde | 25 de Abril de 2024 as 08h 00min
Fonte: Galileu

Foto: Freepik

A infecção por dengue em mulheres grávidas pode prejudicar o desenvolvimento do bebê dentro e fora da barriga. É o que alerta um estudo da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, publicado no último dia 2 de abril no periódico American Economic Journal: Applied Economics.

A dengue é uma doença transmitida por mosquitos fêmea da espécie Aedes aegypti, que representa uma ameaça para metade da população mundial. Em 2024, até esta terça-feira (23), o Brasil registrou mais de 3,8 milhões de casos prováveis da infecção, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.

Para entender os impactos da doença em crianças cujas mães ficaram doentes ainda na gestação, os pesquisadores da Inglaterra analisaram dados de infecções por dengue de mães grávidas e seus bebês no estado de Minas Gerais.

Os resultados apontam que a doença eleva o risco de recém-nascidos serem classificados com muito ou extremamente baixo peso ao nascer em 67% e 133%, respectivamente. "Este artigo apresenta uma pesquisa robusta que mostra que ser infectada com dengue, mesmo com um caso leve, enquanto está grávida, pode ter um impacto significativo na saúde da criança após o nascimento", comenta.

Esses resultados do nascimento podem até ter impactos a longo prazo, por exemplo, pesquisas anteriores mostraram que baixo peso ao nascer pode afetar negativamente os resultados socioeconômicos e a saúde na idade adulta”, explica a brasileira Livia Menezes, professora assistente de Economia na Universidade de Birmingham e coautora do estudo, em comunicado.

A pesquisa foi feita no estado de Minas Gerais — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A pesquisa foi feita no estado de Minas Gerais — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A investigação também revela que essas crianças têm um risco 27% maior de serem hospitalizadas do nascimento aos 3 anos de idade. O risco é maior, porém, no segundo ano de vida: 76%. Esses problemas não se limitam à saúde da mãe e do bebê. Segundo Martin Foureaux Koppensteiner, professor associado de Economia na Universidade de Surrey, também na Inglaterra, há um impacto "muito mais amplo para comunidades onde a dengue é comum e as internações têm um custo que poderia ser evitado ou minimizado."

Ele destaca a importância da conscientização da população para combater o mosquito e de políticas públicas aprimoradas. "Sugerimos fortemente que a dengue seja considerada junto com as infecções TORCH para gerenciar e evitar durante a gravidez, que atualmente incluem toxoplasmose, rubéola, HIV, sífilis, varicela, Zika e influenza, entre outros", propõe Koppensteiner.

A equipe também alerta sobre a influência das mudanças climáticas no alcance da dengue, antes limitada a regiões tropicais e subtropicais, e agora presente em mais de 120 países. Os mosquitos Aedes encontraram locais de reprodução em países como Croácia, França, Portugal e estados do sul dos EUA.

"À medida que o planeta aquece, podemos esperar ver a dengue se tornar ainda mais comum em países que anteriormente não tiveram altas taxas de infecção. Esse é um problema que precisa ser levado a sério e rapidamente”, conclui Menezes.