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Embrapa

Projeto Gaia já conta com 3 unidades

Pequenas propriedades são projetadas para produzir mais e melhor

Rural | 29 de Junho de 2021 as 16h 54min
Fonte: Redação com assessoria

Foto: Assessoria

Três das 12 Unidades de Aprendizagem de sistemas agroflorestais (SAF) previstas para serem implantadas pelo Projeto Gaia em áreas de agricultores foram instaladas no Assentamento 12 de Outubro, a 50km de Sinop, no município de Cláudia. A atividade é parte do projeto do grupo da UFMT em parceria com a Embrapa, Unemat e outras instituições, que foi aprovado em edital do REM Mato Grosso.

Cada uma das três áreas possui cerca de 1.000 m², sendo metade dela com SAF biodiverso e a outra metade com roça. O planejamento das espécies, época de plantio e croqui de cada propriedade é feito individualmente, conforme preferências do agricultor. O analista de Transferência de Tecnologia Diego Antonio participa desse processo e da implantação, momento que funciona como uma capacitação para o produtor.

“Devido à pandemia, estamos fazendo em processos mais individualizados. Conversamos sobre as espécies, a função de cada uma, as exigências, o ciclo de vida, qual se dá bem com qual... Fazemos isso a partir das próprias experiências deles, mas trazendo também algumas referências externas e nossa prática”, explica o engenheiro florestal Diego Antonio.

Seis das 12 áreas de SAFs instaladas pelo projeto serão de produtores cooperados da Cooperativa dos Produtores Agropecuários do Norte de Mato Grosso (Coopervia), no Assentamento 12 de outubro. A indicação das áreas foi feita pela própria cooperativa, com agricultores que já trabalham com agroecologia e produção de alimentos orgânicos. Duas das outras áreas já estão definidas, sendo uma em Sinop e outra em Cláudia. Outras quatro ainda estão em fase de definição. Além dessas 12 áreas, o projeto prevê a ampliação do SAF do campus Sinop da UFMT.

“O produtor tem de estar ciente que receberá visitas, que terá eventos na propriedade. Ele tem de anotar tudo que for feito na área, as horas de trabalho, tempo de irrigação, produtividade, data de plantio, etc.”, explica Diego Antonio. As informações coletadas, além de possibilitar melhor acompanhamento por parte da assistência técnica e balizar a gestão da propriedade, poderão ser usadas na capacitação de outros agricultores.

Pelo projeto, além da assessoria recebida no planejamento e implantação do SAF, os produtores são capacitados sobre os cuidados com a saúde do solo, com uso de palhada e adubos verdes. Eles também aprendem a produzir bioinsumos, bokashi, biochar e as caldas usadas no manejo. Além disso, parte das mudas e o sistema de irrigação são comprados pelo projeto.

Em cada uma das Unidades de Aprendizagem estão sendo plantadas espécies olerícolas, como folhosas, raízes, tubérculos e plantas medicinais, além de espécies arbóreas frutíferas e outras que exercem serviços ecossistêmicos. As espécies variam conforme interesse do produtor. Em comum, a grande diversidade e o escalonamento, de forma a obter renda ao longo do tempo.

 

Nova filosofia de produzir e consumir

De acordo com a professora da UFMT e coordenadora do projeto, Rafaella Felipe, a proposta do projeto é que ao fim de dois anos os produtores tenham condições não só de produzirem melhor, mas também de entender a necessidade da gestão e dominem os canais de comercialização.

“Nosso princípio sempre foi o de empoderar os agricultores para que eles possam realmente entender dessa agricultura de processos. Não é uma agricultura de receitas como estavam acostumados. Queremos que eles dominem essa agricultura de processos, compreendam a importância da gestão e tenham acesso a esses canais de comercialização”, explica Rafaella Felipe.

A coordenadora do projeto ressalta ainda que uma das metas da Rede de Sustentabilidade Gaia é a de sensibilizar os consumidores, que cada vez se interessam mais por alimentos mais saudáveis.

“Vamos trabalhar a sensibilização dos consumidores para entenderem o diferencial desses produtos. Para que as pessoas busquem por esses produtos e entendam que há todo um conceito de sustentabilidade por trás disso”, destaca.

Para a presidente da Coopervia, Ana Maria dos Reis, conhecida como Teka, embora o trabalho ainda esteja no início, ele já tem grandes indícios de que trará muitos benefícios para os agricultores.

“Penso que o processo já deu certo e vai dar muito mais certo ainda. Eu imagino todas essas árvores grandes, essas frutíferas produzindo, não só aqui, mas em outras Unidades em que está sendo implantada também. E melhorando a situação financeira dos agricultores para que essas pessoas não precisem sair do campo, que elas possam ter dignidade aqui e mostrar que é possível a gente fazer diferente”, afirma.