Volume de chuvas
Estiagem atrasa plantio e pressiona diversos setores do agronegócio brasileiro
Rural | 11 de Setembro de 2024 as 10h 07min
Fonte: Pensar Agro

O tempo seco tem sido uma das principais preocupações climáticas no agronegócio brasileiro, impactando diretamente o plantio de culturas importantes como soja e feijão. A falta de chuvas já está atrasando o início da safra 2024/25, o que causa apreensão entre produtores. Especialistas indicam que as previsões meteorológicas apontam para a continuidade desse clima seco nas próximas semanas, o que pode agravar ainda mais a situação. De acordo com a Climatempo, de maio até agora, o volume de chuvas ficou 31% abaixo da previsão
No caso da soja, principal produto de exportação do Brasil, o atraso no plantio em estados-chave, como Mato Grosso, está pressionando o mercado à vista, aumentando a disputa entre compradores nacionais e internacionais. Prêmios para o grão exportado, especialmente no porto de Paranaguá, registraram alta nos últimos dias, impulsionados por essa concorrência.
O feijão, que iniciou sua semeadura em agosto, também sofre com o solo seco, dificultando o avanço do plantio. No Paraná, estado responsável por boa parte da produção nacional, apenas 3% da área prevista foi plantada até o início de setembro, bem abaixo dos 10% registrados no mesmo período do ano passado. A expectativa, no entanto, é de que a área plantada aumente em relação ao ciclo anterior, com produtores apostando no feijão diante da queda de preços da soja.
O setor de carnes, embora ainda não tenha sentido reflexos significativos nos preços ao consumidor, está em alerta. A seca prolongada pode forçar pecuaristas a anteciparem o abate de gado, o que reduziria a oferta de animais nos próximos meses. Analistas observam que, embora a demanda interna e externa continue firme, esse cenário pode resultar em aumentos de preços no final do ano e início de 2025.
Outro setor impactado pela seca é o do café. As lavouras de café arábica em Minas Gerais, um dos maiores produtores do país, estão debilitadas, com alto desfolhamento e botões florais secando. Especialistas avaliam que a produção da safra 2025/26 pode sofrer uma queda significativa, o que já está se refletindo nas cotações internacionais. Além disso, eventos climáticos adversos em outros países produtores, como o Vietnã, também têm impulsionado os preços do robusta.
A seca afeta também o setor sucroenergético, especialmente em São Paulo, onde incêndios prejudicaram cerca de 80 mil hectares de cana-de-açúcar. A antecipação do fim da safra pode elevar os preços do açúcar no início de 2025, pressionando ainda mais os custos para a indústria de alimentos e, potencialmente, para o consumidor final.
Isso, sem contar os prejuízos regionais. No Pará, por exemplo, a quebra na produção de cacau, açaí, pimenta-do-reino e frutas, como o cupuaçu já é estimada em 50%. O tempo quente e seco levou o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) a cortar nesta terça-feira sua estimativa para a colheita de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro. A redução foi de 7,1%, para 215,78 milhões de caixas de 40,8 quilos, um volume 16,60 milhões de caixas menor do que a projeção anterior, de maio.
Notícias dos Poderes
Duplicação da BR-163 busca melhorar o trajeto do grão de MT para o mundo
Obra transforma principal rota do agro em corredor logístico mais seguro e eficiente para escoamento da produção mato-grossense
02 de Outubro de 2025 as 14h20Do chão à ciência: como pesquisa e tecnologia transformaram a soja em MT
Mato Grosso investe em inovação para aumentar produtividade, reduzir perdas e preservar o meio ambiente
02 de Outubro de 2025 as 08h41Cade mantém suspensão da moratória da soja a partir de 2026
Relator do caso diz que o pacto pode ser substituído por mecanismos que não configurem formação de cartel
01 de Outubro de 2025 as 12h51Mato Grosso consolida liderança e encerra safra de algodão com crescimento de 8%
Estado é responsável por mais de 70% da produção nacional e mantém posição de destaque no setor algodoeiro
01 de Outubro de 2025 as 12h40Agricultores pioneiros revelam como MT virou o maior produtor de soja no Brasil
Hoje a china é o país que mais compra a soja brasileira, adquirindo mais de 70% da produção destinada ao mercado externo, são mais de 100 milhões de toneladas por safra.
01 de Outubro de 2025 as 08h30Família Maggi & Scheffer concentram mais terras que todo o Líbano — país com 7 milhões de habitantes
30 de Setembro de 2025 as 10h01Preço da soja cai no Mato Grosso após início do plantio
Avanço de semeadura do grão pressiona cotações no país
25 de Setembro de 2025 as 16h36Aprosoja-MT questiona interesse do governo em ação sobre Moratória da Soja
Entidade afirma que a iniciativa é um acordo privado e critica ingerência direta do Poder Público
26 de Setembro de 2025 as 07h00