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Transformação à vista

Taques busca experiência do interior para por ordem na Saúde

Governador troca pela 3ª vez o secretário de saúde e escolhe advogado de Nova Mutum para o posto

Política | 25 de Julho de 2016 as 11h 41min
Fonte: Jamerson Miléski

 

Com um ano e meio de governo, Pedro Taques (PSDB) prepara a sua terceira mudança na secretaria estadual de Saúde. Descontente com o atual desempenho do setor no Estado, Taques busca no interior a experiência para por a saúde em ordem.

Ainda falta assinar e publicar o decreto de nomeação do novo secretário, mas a escolha já está feita. Quem assumirá a secretaria de saúde é João Batista, advogado de formação que se tornou uma referência na gestão pública de saúde no município de Nova Mutum – onde foi secretário de saúde por 3 vezes.

Batista havia se afastado do cargo de secretário municipal para disputar as eleições municipais como vereador. Acabou desistindo e agora foi convocado por Taques para prestar serviço na saúde do Estado. Como gestor da secretaria municipal, Batista implementou um sistema de saúde que praticamente independe do Estado. Ele também foi dos idealizadores do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Teles Pires, uma ferramenta de gestão que une os 15 municípios da região para compra de serviços e insumos de saúde utilizados na rede SUS. Ainda como secretário, foi pioneiro no regime de contratação de serviços para a saúde pública municipal via OSS (Organização Social de Saúde), o que resultou em uma melhoria nos atendimentos e procedimentos, com significativa otimização dos recursos públicos. Essas ações foram reunidas no programa chamado “Salto de Qualidade”, que fez da saúde de Nova Mutum uma das mais funcionais do Estado.

Politicamente, Batista integra o grupo encabeçado pelo prefeito de Lucas do Rio Verde e presidente do Consórcio Intermunicipal, Otaviano Pivetta. A nomeação de Batista pode significar uma reaproximação entre o governador do Estado e Pivetta. No início do Governo, Taques pediu para que Pivetta colaborasse com a formulação de um novo modelo de gestão para os hospitais regionais de Mato Grosso. Foi dessa missão que surgiu o Consórcio dos municípios que compõem o médio norte do Estado. Com a nomeação de Batista, a tendência é que Taques retome o seu plano inicial para “transformar” a saúde.

Com R$ 1,4 bilhão anual, a Saúde divide com a Educação o segundo maior orçamento da máquina estatal, composta por 22 secretarias e que, juntas, empregam cerca de 100 mil servidores. O maior "bolo" orçamentário está com a Segurança Pública, com previsão de "abocanhar" R$ 1,9 bilhão neste ano.

A gestão da Saúde no Estado na era Taques começou com Marco Bertúlio, em janeiro de 2015. Em outubro de 2015 ele foi substituiu por Eduardo Bermudez, atual secretário que deixará o cargo.

Bermudez não tem conseguindo dar celeridade aos processos, inclusive na compra de medicamento. Enfrenta desgaste também porque os hospitais regionais, mesmo sob gerenciamento de OSSs, não estão funcionando regularmente e acumulam demandas, trazendo reflexos negativos à administração estadual. Exemplo disso é o Hospital Regional de Sinop que está com 2 meses de salários atrasados, justamente pela falta de repasses do Estado.

Nos bastidores fala-se que o fator determinante para o afastamento de Bermudez e a troca do comando na pasta foi o relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que previamente fez inúmeros apontamentos, numerando falhas na gestão da secretaria de saúde. A repartição acumula uma dívida de R$ 90 milhões e problemas de pagamento e contratação nos principais hospitais do Estado. O GC Notícias teve acesso ao relatório do TCE e em breve publicará uma reportagem sobre.

Para Batista, seu ingresso na secretaria de saúde, nessas condições, poderá ser a sua glória ou a sua derrocada como gestor público. Caso consiga promover a transformação propagandeada por Taques e aprumar a saúde pública do Estado, Batista se consagra. Do contrário poderá espoliar o seu patrimônio político de gestor público eficiente.