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Sinop

"Sinop não pode ser um município caloteiro", diz vereador

Para Chitolina, votar contra incentivo para usina de etanol foi uma posição perigosa

Política | 10 de Outubro de 2018 as 18h 13min
Fonte: Jamerson Miléski

Chitolina: "Votar contra um projeto desses é perigoso" |

Por um voto, a Câmara de vereadores de Sinop não reprovou o incentivo fiscal para a usina de etanol de milho do Grupo Inpasa. O empreendimento, em fase de construção, está orçado em R$ 500 milhões. Para atrair essa indústria, a prefeita de Sinop, Rosana Martinelli ofereceu isenção no valor de R$ 2 milhões referente ao ISSQN da construção. Na votação do projeto que ajustaria os termos do incentivo, 7 dos 15 vereadores votaram contra.

O vereador Luciano Chitolina (PSDB), oposição ao grupo da prefeita, qualificou a votação do projeto como “um momento perigoso”. Para ele, por muito pouco o município de Sinop não perdeu a credibilidade junto aos investidores. “Prefeitos e vereadores passam. O que fica é o município. Se Sinop promete um incentivo para o investidor, afim de convence-lo a se instalar no município e depois que as obras começam esse incentivo é negado, na visão dos empresários a cidade deu um calote. Eu não quero que Sinop tenha fama de município caloteiro”, comentou o vereador.

Chitolina disse que negar o incentivo não faria a Inpasa paralisar a sua obra e parar com o investimento. No entanto, a posição da cidade em prometer a isenção fiscal e não conceder se espalharia entre investidores em potencial, que pensariam duas vezes antes de projetar negócios em Sinop. “Investidores, ainda mais os grandes, fazem pesquisa de mercado, dos vetores econômicos e também do comportamento político da cidade onde pretendem investir. Dar esse calote na Inpasa seria uma mancha no currículo de Sinop”, ressaltou Chitolina.

Para o vereador, quem votou contrário a concessão desse incentivo o fez por falta de conhecimento ou informação. Chitolina disse que o incentivo concedido corresponde a dois meses de impostos que a usina irá arrecadar quando estiver em operação. Além disso, argumenta o vereador, o efeito em cascata será muito benéfico para economia.

O vereador arriscou alguns cálculos na entrevista que concedeu ao GC Notícias um dia após a votação do projeto de lei. Ele utilizou como forma de mensurar um impacto direto o custo o milho. No ano passado, a saca do grão foi vendida em Sinop por R$ 16,50. Contratos futuros negociados com a Inpasa, para abastecer a usina com milho, tiveram preços de R$ 22,00 a saca. “Essa usina vai esmagar 16 milhões de sacas de milho. Com R$ 6,00 a mais por saco estamos falando de R$ 100 milhões a mais que vai ficar com o produtor e, por consequência, girar no comércio de Sinop. Só com a valorização do milho a concessão do incentivo já se justificaria”, calculou.

O vereador lembrou ainda do efeito que a usina provocará sobre o frete, caminhões, oficinas, lojas, borracharias, postos de combustíveis e outros negócios diretamente atrelados ao transporte de grãos, álcool e outros subprodutos da usina. “Falaram em reduzir emprego. Como que se reduz emprego de algo que não existe ainda? Essa usina quando pronta vai gerar muitos postos de trabalho e faria isso mesmo se não empregasse ninguém. Tudo isso poderia acabar sendo comprometido. No fim das contas, a palavra do município de Sinop, que se prometeu dar o incentivo, foi salva por um vereador de oposição”, avaliou Chitolina, citando seu voto a favor do projeto que atualizou os termos do incentivo à Inpasa.

A planta industrial para produção de etanol combustível projetada pela Inpasa em Sinop será a maior usina abastecida com milho do país. A unidade terá capacidade para processar 3,6 mil toneladas do grão por dia, produzindo 1,5 milhão de litros de etanol combustível, 1,1 tonelada de DDG’s, 75 mil litros de óleo de milho e 30 mwh de energia elétrica. A previsão é de que sejam investidos R$ 500 milhões no empreendimento que vai gerar 150 empregos diretos.

Foram contrários a mudança nas regras do incentivo os vereadores Lindomar Guida (MDB), Toni Lennon (MDB), Professora Clara (DEM), Ícaro Severo (PSDB), Adenilson Rocha (PSDB), Leonardo Visera (PP), e Remídio Kuntz (PR).