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Vereador fez sujeira

Notícias dos Poderes | 28 de Março de 2018 as 18h 10min

A semana começou em Sinop com uma reclamação geral da população. O assunto foi, e ainda está sendo, a taxa do lixo. Aprovada em 2012, a cobrança começou efetivamente neste ano e, na última semana o contribuinte descobriu, exatamente, quanto terá que pagar. O valor varia para cada domicílio e, para alguns, a conta assustou.

O clamor popular reverberou na Câmara. Dilmair Callegaro (PSDB), disse que ingressou com uma ação no Ministério Público. Os demais, assinaram um ofício endereçado à prefeita Rosana Martinelli (PR), pedindo a suspensão da taxa. Isso mesmo: “PEDINDO”. Uns foram mais enfáticos nas críticas do que outros. Cada um reagiu a sua forma. Mas a mais desastrosa foi de Hedvaldo Costa (PR).

Conhecido pelos seus discursos rebuscados na tribuna, com uma retórica cheia de arabescos preenchida com veemência, Hedvaldo sempre mostrou competência em formar frases. Talvez um dom natural, exercitado ao longo da sua carreira de professor. E, por essa característica ser tão evidente, fica quase incompreensível a sua atitude na última terça-feira (27).

Por volta das 8h30, enquanto a sessão da Câmara de vereadores estava em curso, Hedvaldo gravou um áudio e enviou por Whatsapp, provavelmente para alguém que cobrava dele uma posição. No áudio, Hedvaldo dizia: “Nós acabamos de suspender pelo menos temporariamente a taxa do lixo para que a prefeitura explique para nós vereadores a razão desses valores”. Essas foram as palavras escolhidas pelo vereador professor.

O áudio circulou entre grupos. Viralizou entre os cidadãos que estavam descontentes com a taxa de lixo. Uma parcela considerável dos sinopenses acabou acreditando que a taxa de lixo, estava, de fato suspensa. Os menos informados, que ouviram apenas o áudio, ainda estão achando isso.

O problema é que não é verdade. O que a Câmara fez foi “pedir” para que a prefeita suspensa a cobrança. Não houve, até o final dessa quarta-feira, qualquer sinalização de que o tributo seria suspenso. Com seu áudio infeliz, o vereador tumultuou a cabeça dos contribuintes, atrapalhando o poder público.

É difícil acreditar que tenha sido pura má fé. Como também é improvável que tenha sido apenas uma “tropeçada verbal”, ainda mais se tratando de uma pessoa bastante articulada.

Outra coisa que incomoda no áudio é a posição de Hedvaldo. Ele diz que os vereadores não concordam com os valores e que, pessoalmente, não concorda nem com a existência da taxa, uma vez que a prefeitura já recolhe o IPTU. Dos 15 atuais vereadores, Hedvaldo é um dos 3 remanescentes que estavam na legislatura em 2009-2012, que votou a criação da Taxa do Lixo. Os outros 2 são Ademir Bortoli e Remídio Kuntz. Hedvaldo consegue falar isso confortavelmente porque, apesar de pertencer àquela legislatura, ele de fato não votou a lei da taxa do lixo. Nem a favor, nem contra. Isso porque ele havia renunciado ao cargo.

Assim como o plástico descartado no lixão, posições políticas demoram anos para se decompor.