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Mato Grosso

Secretário de Segurança de MT é afastado e usará tornozeleira por suspeita de prejudicar investigação

Justiça ainda determinou busca e apreensão na Secretaria de Segurança Pública

Geral | 20 de Setembro de 2017 as 16h 15min
Fonte: G1 MT

Secretário Rogers Jarbas | (Foto: Lenine Martins/Sesp-MT)

Justiça determinou nesta quarta-feira (20) o afastamento do secretário estadual de Segurança Pública, Rogers Jarbas, além de busca e apreensão nas dependências da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e o monitoramento dele por meio de tornozeleira eletrônica. Ele está sendo investigado por suspeita de prejudicar as investigações sobre o esquema de grampos, que vigorou entre 2014 e 2015. O governo informou que vai emitir uma nota sobre a decisão.

O secretário está impedido de manter contato com servidores e pessoas ligadas ao governo do estado, bem como com outros investigados por suposto envolvimento nas interceptações clandestinas feitas pela Polícia Militar, tanto por telefone quanto por WhatsApp ou quaisquer outros meios de comunicação. O celular dele também deve ser apreendido.

Ele também não deverá frequentar qualquer órgão público, principalmente os ligados à Sesp e à Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e delegacias de polícia, e nem sair do país. O secretário deve entregar o passaporte à Justiça, em 24 horas.

Há indícios de que o secretário, além de tentar atrapalhar a investigação, também cometeu abuso de autoridade, usurpação de função pública, denúncia caluniosa e prevaricação.

As investigações apontam que ele teria se valido do cargo e de sua influência enquanto integrante do primeiro escalão do governo do estado para interferir no processo que apura o crime de interceptações ilegais, tentando obter documentos sigilosos, ou constrangendo autoridades e militares e intimidando pessoas ligadas aos fatos.

Jarbas teria tentado investigar por conta própria a conduta da delegada Alana Cardoso, da Polícia Civil, e do ex-secretário de Segurança Pública, promotor de Justiça Mauro Zaque, sem que houvesse nenhum processo administrativo e judicial e sem a competência devida para investigar delegados de polícia.

No mês passado, o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) Orlando Perri, relator do caso dos grampos no TJMT, determinou que o secretário fosse investigado por suspeita de tentar atrapalhar e intimidar as equipes envolvidas na investigação comandada pela delegada Ana Cristina Feldner, da Polícia Civil.

A investigação partiu de uma representação feita pelo promotor Mauro Zaque, que denunciou o caso dos grampos em maio deste ano. Zaque alegou que Jarbas tentou investigá-lo a partir da convocação da delegada Alana Cardoso para prestar esclarecimentos, no mesmo mês em que a denúncia sobre as escutas ilegais veio à tona.

A delegada Alana Cardoso teria sido contestada pelo secretário Rogers Jarbas sobre a condução de uma operação na Polícia Civil que, além de monitorar o crime organizado, também investigou duas mulheres: uma ex-assessora da Casa Civil do estado e uma ex-amante do advogado Paulo Taques, que é primo do governador Pedro taques (PSDB) e, naquela época, era secretário estadual.

Alana Cardoso foi questionada por Jarbas não apenas sobre as escutas ilegais, mas também sobre o comportamento de Mauro Zaque.

Segundo Zaque, o secretário de Segurança tentou arrumar indícios para desqualificar a denúncia que Zaque fez à Procuradoria-Geral da República, na qual acusa o governador de ter conhecimento sobre o esquema de grampos clandestinos, mas não ter feito nada para impedir.

Em seu depoimento, Alana Cardoso não ligou Mauro Zaque ao caso dos grampos e afirmou que Paulo Taques foi quem pediu para que a ex-assessora e a ex-amante fossem investigadas. O ex-chefe da Casa Civil chegou a ser preso por uam semana sob suspeita de participar do esquema de interceptações clandestinas.

Rogers Jarbas também é suspeito de tentar intimidar as equipes envolvidas na investigação.