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Enfretamento

Seca e queimadas: Lula diz que Exército pode usar jovens do serviço militar para combater fogo

Presidente citou '70 mil jovens por ano' que ingressam no serviço militar, e falou em treiná-los para ações de defesa civil. Lula visitou Pantanal e Amazônia e retomou intenção de criar 'autoridade climática nacional'.

Geral | 11 de Setembro de 2024 as 11h 16min
Fonte: Redação G1

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (11) que o Brasil pode recorrer aos jovens em formação militar para reforçar as linhas de combate às queimadas e aos impactos negativos da estiagem prolongada em quase todo o país.

Segundo Lula, a ideia já foi levada ao comandante do Exército, general Tomás Paiva. O presidente não informou prazo para a medida ser colocada em prática.

"Eu disse [ao comandante do Exército] que, quem sabe, a gente devesse aproveitar esse jovens que vão servir o Exército para que a gente formasse eles exatamente na Defesa Civil, para que eles tivessem preparados para enfrentar desastres climáticos", afirmou Lula em entrevista à rádio Norte FM.

"Já que ele [o jovem] está um ano nas Forças Armadas, vamos tentar preparar esses meninos. São 70 mil jovens por ano, que a gente pode preparar e torná-los profissionais de combate à questão climática. De defesa do planeta, da floresta, da água, da vida humana. A gente pode fazer isso, porque vamos precisar", seguiu.

Ao citar a ação de brigadistas voluntários para combater as queimadas no Pantanal, Lula disse esperar que a população brasileira aprenda e se dedique a enfrentar os impactos negativos das mudanças climáticas – assim como aprendeu a lidar com a dengue, fazendo pequenas ações em casa para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

"Nós queremos ter milhões de pessoas preparadas para enfrentar a questão de queimadas no Brasil", disse o presidente.

 

Autoridade climática

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar nesta quarta-feira que o governo levará a sério a questão climática e não tratará o tema como "secundário".

Na terça (10), após visita ao Amazonas, Lula anunciou que vai tirar do papel a promessa de criar uma autoridade nacional para o clima, além de editar uma medida provisória com o "estatuto jurídico" para a emergência climática.

"No fundo no fundo, queremos levar definitivamente a sério a questão climática. Não é mais uma questão secundária, da universidade, apenas de cientistas. É uma questão da responsabilidade de todos nós", disse.

O governo ainda não informou qual será o modelo dessa autoridade climática – se será uma instância superior aos ministérios ou abrigada no Ministério do Meio Ambiente, por exemplo. Também não detalhou se terá orçamento próprio e quem será o chefe do novo órgão.

Segundo Lula, o governo quer "aproveitar esse momento" em que os olhos estão voltados para a Amazônia para cobrar o financiamento internacional das ações de preservação.

"Para que a gente receba em dinheiro para cuidar das pessoas que moram lá. Nós temos que fazer os europeus e o mundo desenvolvido entender que embaixo de cada copa de árvore mora uma pessoa. Tem um extrativista, um seringueiro, um pescador, um indígena, um pequeno colono. Essa gente pode usar a preservação da floresta como uma forma de viver, de ganhar dinheiro, de cuidar da sua família", disse Lula.