Ciência
Pesquisadores de Sinop criam “radar” para detectar fogo no Pantanal
Com colaboração internacional, associação busca financiamento para implementar o sistema de prevenção
Geral | 25 de Março de 2021 as 18h 45min
Fonte: Jamerson Miléski
Uma rede de informações capaz de mapear as alterações climáticas e apontar, em tempo real, princípios de incêndio, mesmo nas regiões mais longínquas do Pantanal Mato-grossense. Essa é a proposta de um grupo de pesquisadores de Sinop, que já contam com a colaboração científica da Universidade de Pepperdine (Califórnia-Estados Unidos), além do México, Namíbia e Quênia.
Esse “radar do fogo” é um projeto que vem sendo encubado pela AMEA (Associação Mato-Grossense de Educação Ambiental), que tem sua sede em Sinop. A pesquisa é uma resposta ao desastre ambiental ocorrido no ano passado no Pantanal de Mato Grosso – cerca de 30% do bioma foi atingido pelo fogo em 2020, algo em torno de 2,3 milhões de hectares consumidos pelas chamas.
Segundo a presidente da AMEA, Agnéia Siqueira, a associação criou um dispositivo capaz de monitorar os focos de incêndio em tempo real. A ideia é instalar esses aparelhos de modo a cobrir toda a área do Pantanal. Essa rede de monitoramento conseguiria comunicar Bombeiros, brigadas de combate a incêndio e demais autoridades ambientais sobre focos de incêndio logo no começo. Dessa forma o combate seria possível evitar o alastramento das queimadas. “Este aparelho já passou pela fase de teste. Agora a AMEA, busca recursos para viabilizar a implantação. A intenção é que este aparelho já esteja em funcionamento a partir do mês de julho deste ano, período em que as queimadas se intensificam. Mas que tudo depende do apoio financeiro”, revelou Agnéia Siqueira.
O equipamento desenvolvido pela AMEA coleta informações e imagens em tempo real. O aparelho monitora a temperatura do ar, umidade, ocorrência de chuva, pressão atmosférica, detecção de chamas, velocidade do vento e direção do vento. Dessa forma, o “radar” conseguirá gerar informações para traçar um padrão climático, podendo inclusive antecipar grandes sinistros.
A tecnologia embarcada no equipamento ainda é mantida em sigilo – a AMEA busca o registro de patente do aparelho. De forma genérica, esse radar do fogo é munido de diversos sensores que fazem a captura e transmitem as informações através de uma conexão de rede sem fio, de alta velocidade, que usa torres de tamanhos variados.
Para viabilizar o projeto a associação busca um aporte de R$ 3 milhões. A maior parte desse dinheiro financiaria a instalação das torres e dos equipamentos de monitoramento. Fundos ambientais, grandes grupos e até mesmo estrelas do Esporte estão sendo contatados pela AMEA na tentativa de conseguir o recurso. “A AMEA procurou o Corpo de Bombeiros para saber da viabilidade desse projeto. Recebemos respaldo da corporação”, afirmou Agnéia.
Mais do que apagar fogo
O primeiro alvo do projeto é evitar que o Pantanal vire cinzas. Mas a AMEA não nasceu apenas para apagar fogo. Segundo Agnéia, o propósito da associação – e também desse projeto – é a difusão da educação ambiental, para Mato Grosso, Brasil e o mundo. “Estabelecemos uma parceria com os Pós Doutores Arquimedes Luciano e Ana Paula Giacomassi, além ainda do professor Eric R. Hamilton, também PhD”, revela a presidente da AMEA.
Esses pesquisadores fazem parte da Universidade de Pepperdine, Califórnia. Com o apoio da National Science Foundation do governo dos EUA, esses pesquisadores criaram a IC4 (Comunidade Internacional para a Criação de Conteúdo Colaborativo). A comunidade IC4 envolve alunos do ensino médio do Brasil, Quênia, México, Namíbia e Estados Unidos em colaboração virtual baseada em projetos em ciência, tecnologia, engenharia e aprendizagem de matemática.
O projeto da AMEA recebeu o apoio da IC4. “As aplicações de seu sensor e tecnologia de dados para gerenciamento verde são empolgantes e estimulantes para nós - adoraríamos ver os alunos em nossa rede não apenas trabalhando com os dados que a rede de sensores produz, mas trabalhando com agências governamentais apropriadas na Califórnia e em outros lugares para ver se a mesma abordagem é viável aqui nos Estados Unidos. E, nós exploraríamos essa possibilidade com nossos parceiros de projeto”, escreveu o PhD Eric Hamilton, em resposta a AMEA.
Dessa forma, os dados colhidos pelo Radar do Fogo no Pantanal poderiam dar subsídios para alunos do mundo que estudam o bioma.
Outra possibilidade do projeto encubado em Sinop é estender o monitoramento por todo o Estado, gerando uma rede de previsão do tempo. “Por meio deste aparelho é possível criar uma malha tão precisa, capaz de informar a inversão térmica, direcionado exclusivamente para a colheita, expondo indicadores reais sobre período de chuva e estiagem, evitando possíveis prejuízos nas lavouras e propiciando aos agricultores informações importantes para que estes programem seus plantios e colheitas”, concluiu Rodolfo Fares Paulo, diretor de projetos da AMEA.
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