Crime bárbaro
Pais vão à festa junina com filha de 8 meses morta no carrinho e tiram selfie em evento
Os pais das gêmeas foram indiciados por homicídio triplamente qualificado após morte das crianças ser descoberta em Sabará, na Grande BH
Geral | 27 de Agosto de 2024 as 14h 50min
Fonte: O tempo
Os assassinatos de duas bebês de 8 meses, em julho e agosto do ano passado, chocaram até os policiais civis envolvidos na investigação. Os próprios pais, que são suspeitos dos assassinatos das filhas Yuni e Eloá, confessaram os crimes após serem presos, em julho deste ano. A polícia chegou até eles e teve conhecimento do caso, depois que o pai, de 33 anos, fez uma denúncia anônima, acusando a mãe, de 28, na tentativa de se vingar dela, após o término do relacionamento.
"Quando tomamos conhecimento dos fatos, prendemos os dois e nas oitivas, ela acusou o pai e ele acusou a mãe, porém, cada um deu uma versão diferente dos fatos e a versão dele tinha mais detalhes e provas, o que nos mostrou o que de fato aconteceu", disse o delegado Humberto Junio
Pelas investigações, em 29 de julho do ano passado, a bebê Yuni estaria chorando muito e, sem paciência, a mãe teria colocado uma meia na boca da criança para que ela não chorasse mais. A criança acabou sufocando e morrendo.
"Na noite deste dia, eles foram a uma festa junina. Colocaram a bebê morta no carrinho, ao lado da bebê que estava viva, e foram à festa. Por lá ficaram de 19h às 22h, como se nada tivesse acontecido. Até tiraram fotos e publicaram nas redes sociais", disse o delegado.
O pai alegou que no dia seguinte teria deixado o corpo da criança em uma área de matagal na divisa de Contagem e Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte.
"Dias depois, em 11 de agosto, a outra criança, Eloá, também teria começado a chorar e a mãe teria sacudido a criança de forma violenta, fazendo com que na mesma hora a criança desmaiasse. Ao invés de prestarem socorro, os pais deixaram a criança no berço. Sem ajuda e sem comida, por sete dias, até que ela morresse", continuou. O pai também escondeu o corpo.
Ainda segundo o delegado, na noite do segundo crime, o casal saiu para jantar e depois se hospedou em um hotel em Ibirité, também na grande Beagá, com bastante naturalidade. As investigações no restaurante e no hotel confirmaram esses episódios.
Para não levantar suspeita
O casal vivia em Betim e tinha péssima relação com vizinhos e familiares. Após os crimes, algumas pessoas perguntaram sobre o paradeiro das meninas e eles evitavam dar detalhes. "O dono da casa onde viviam de aluguel chegou a questionar o desaparecimento delas e eles disseram que uma morreu por doença e a outra por saudade", contou o delegado.
A denúncia e a confissão
No meio deste ano, o relacionamento do casal chegou ao fim, e, por não aceitar o término, o homem ligou para a polícia e fez uma denuncia anônima acusando a ex dos fatos.
A polícia fez buscas pelos locais indicados, mas os corpos nunca foram localizados.
Os dois estão presos e, se acusados, poderão responder por homicídio doloso triplamente qualificado. No caso da Yuni, por motivo fútil, com requinte de crueldade e por recursos que impossibilitaram a defesa da vítima. No caso da Eloá, por motivo fútil, por tortura (já que ela ficou sete dias abandonada no berço) e por recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.
As mortes, por terem sido provocadas pelo pais, ainda podem ter agravamento das penas.
Eles também poderão responder por ocultação dos cadáveres.
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