Licitações na pandemia
Operação Panaceia: propostas das empresas tinham os mesmos erros de ortografia
Conforme as investigações, foi identificado que a própria Procuradoria-Geral do Estado indicou que, além de elaborar o termo de referência e angariar os orçamentos das empresas participantes das licitações, a área demandante (SES-MT) também foi
Geral | 12 de Dezembro de 2024 as 13h 03min
Fonte: PNB Online

Documentos obtidos pela Polícia Federal, com análise conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU), revelam que as empresas investigadas na Operação Panaceia tinham os mesmos sócios e, com o auxílio de servidores públicos, tentaram simular “disputas” em processos licitatórios da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT). Alguns dos documentos analisados apresentavam os mesmos erros ortográficos, além de outras semelhanças.
“As propostas das empresas EQUIPE, MEDICAL e SCAFF apresentavam erros ortográficos e/ou semelhança na fonte, no uso de siglas, no quadro utilizado, e na data e local indicados, o que levanta suspeitas de possível conluio na elaboração das propostas”, apontou a Polícia Federal, após análise feita em conjunto com a CGU, na decisão que resultou na deflagração da operação, na sexta-feira (06/12).
Conforme as investigações, foi identificado que a própria Procuradoria-Geral do Estado indicou que, além de elaborar o termo de referência e angariar os orçamentos das empresas participantes das licitações, a área demandante (SES-MT) também foi responsável pela elaboração do mapa comparativo de preços. O suposto esquema para burlar a licitação e “dar ar de legalidade” teria sido operado com o auxílio do diretor do Hospital Regional de Cáceres, Onair Azevedo Nogueira.
“Em outros termos, Onair Azevedo Nogueira (como se verá adiante) elaborou o termo de referência da dispensa de licitação, angariou os orçamentos (de empresas com sócios comuns), elaborou o mapa ‘comparativo’ de preços da licitação questionada e sequer assinou o mapa comparativo de preços que ele mesmo produziu”, consta na decisão.
Segundo a Polícia Federal, a PGE recomendou a ampliação da pesquisa de preços e a realização de um comparativo com os preços da própria SES-MT, mas a orientação foi ignorada. A Procuradoria ainda teria alertado para a necessidade de realizar o levantamento como “medida de extrema relevância para evitar possíveis questionamentos dos órgãos de controle”.
“Apesar de tudo isso, os gestores da SES (Onair) não ampliaram a pesquisa de mercado, não realizaram nenhuma análise crítica, não verificaram a possibilidade de conluio entre as empresas participantes da pesquisa de mercado e não buscaram verificar a autenticidade dos documentos”, apontou a PF.
Onair foi preso no dia em que a operação foi deflagrada. Nesta segunda-feira (09.12), por determinação da Justiça Federal, ele foi solto mediante a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados, proibição de acesso ao Hospital Regional e de contato com os servidores, entre outras.
Essa não é a primeira vez que investigações referentes a processos licitatórios da Secretaria de Estado de Saúde apontam que servidores da pasta ignoraram as recomendações da Procuradoria Geral do Estado.
A ex-secretária adjunta Caroline Dobes, da Secretaria de Estado de Saúde, também é um dos alvos da Operação Panaceia. Ela prestou depoimento à Polícia Federal, em Cuiabá, e afirmou que não tinha ‘poderes’ para tomar decisões. Segundo a servidora, “quem assina é o secretário de Saúde”, Gilberto Figueiredo.
Caroline também foi alvo da Operação Espelhos, da Polícia Civil, que também investigou fraudes e desvios de recursos da Saúde no período da pandemia. Ela chegou a ser denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), mas a Justiça recusou a denúncia duas vezes.
Na denúncia formulada pelo Ministério Público contra a ex-secretária adjunta no âmbito da Operação Espelhos, o promotor de Justiça Sérgio Silva da Costa revelou que ela tinha total autonomia ao atuar no suposto esquema de cartel na saúde. Segundo o MP, a servidora atuava como o ‘braço da organização criminosa’ dentro da pasta e ‘enfrentava’ a própria Procuradoria-Geral do Estado (PGE-MT).
Notícias dos Poderes
Festival de praia é cancelado após usina hidrelétrica reduzir nível de reservatório por alerta de segurança em MT
Por medida de segurança, Usina Hidrelétrica Colíder deve abaixar o nível do reservatório em até 17 metros e 54 centímetros por dia durante 33 dias.
19 de Agosto de 2025 as 19h04STF derruba lei de Mato Grosso sobre veículos apreendidos após pedido do governo
Suprema Corte declarou inconstitucional a norma aprovada pela Assembleia Legislativa que tratava da destinação de veículos em pátios de retenção
19 de Agosto de 2025 as 18h59Mato Grosso tem 22 municípios que podem perder território com as novas demarcações de terras indígenas
O presidente da AMM, Leonardo Bortolin, pontuou que novas demarcações de terras definidas pela Funai só poderiam acontecer com força de aprovação no Congresso Nacional
20 de Agosto de 2025 as 06h49TCE determina suspensão de consignados por mais 120 dias e aprova normativa para proteger servidores
Relatadas pelo presidente do órgão, conselheiro Sérgio Ricardo, as medidas consolidam encaminhamentos da Mesa Técnica nº 04/2025, que trata do superendividamento dos servidores do estado
20 de Agosto de 2025 as 07h10Sema abre inscrições para 2º Workshop Estadual sobre Segurança de Barragens em Sinop
Evento gratuito acontece no dia 3 de setembro e busca fortalecer a cultura da segurança de barragens em Mato Grosso
20 de Agosto de 2025 as 07h25MP pede relatórios sobre situação da Usina de Colíder
Órgão solicitou informações referente a segurança e aos impactos ambientais
19 de Agosto de 2025 as 17h10Sem análise completa, TCE deve barrar volta de descontos dos consignados em MT
Durante a reunião, Janaina reforçou o apelo da Assembleia para que nenhum desconto em folha seja retomado enquanto os contratos não forem integralmente auditados
19 de Agosto de 2025 as 14h49Sérgio Ricardo destaca suspensão da Moratória da Soja pelo Cade e reforça atuação do TCE-MT sobre o tema
Em nota técnica assinada nesta segunda-feira (18), o Cade acusou 30 exportadoras de formação de cartel e duas associações representativas de indução à conduta uniforme
19 de Agosto de 2025 as 14h15