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Executadas

Mauro manda investigar falha na PCE após morte de irmãs ser transmitida em videochamada para preso

Governador criticou “leis frouxas” e culpou Legislativo e o Judiciário brasileiro pela expansão do crime organizado

Geral | 18 de Setembro de 2024 as 18h 51min
Fonte: Unica News

Foto: Reprodução

Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (18), o governador Mauro Mendes (UB) disse que determinou uma investigação sobre a falha ocorrida na Penitenciária Central do Estado de Mato Grosso (PCE) e que resultou na morte das irmãs Rayane e Rithiele Alves Porto, de 25 e 28 anos, em Porto Esperidião (323 Km de Cuiabá).

Rayane e Rithiele foram mortas a facadas dentro de uma residência por membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV), na madrugada do último sábado (14), após serem julgadas pelo “tribunal do crime” da organização.

A ordem para o duplo homicídio em Porto Esperidião partiu de um faccionado que está preso na PCE, em Cuiabá, e que teria sido o “juiz” que determinou a execução das irmãs, através de chamada de vídeo feita com os comparsas antes e durante as execuções.

Questionado se houve falha na segurança da Penitenciária Central - que inclusive conta com aparelhos bloqueadores de sinal de celulares - Mauro garantiu que sim, motivo pelo qual determinou a investigação, culpando ainda o Judiciário pelo crescimento demasiado das facções criminosas no país.

“É um absurdo o que está acontecendo no Brasil. As nossas leis frouxas estão permitindo isso, bandido 'tá' amedrontando a sociedade, e tem gente em Brasília brincando com isso, achando que nada tá acontecendo. É um verdadeiro absurdo”, disse Mauro.

Ocorre que Rayane e Rithiele não tinham ligações com o crime organizado e foram mortas pelo simples fato de terem publicado em suas redes sociais uma foto despretensiosa, fazendo o chamado “sinal de três dedos”. Todavia, no mundo do crime, o gesto remete à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo inimigo do Comando Vermelho. Para Mauro, isso reflete o nível que se encontra o nível da guerra entre o crime organizado.

“As pessoas fazem um sinal 'de brincadeira'. De repente um bandido olha [a foto] e manda matar, porque sem saber, era um sinal da facção rival”, enfatizou.

Ao final, Mauro voltou a criticar o Legislativo e o Judiciário, reiterando que a briga de “gato e rato” entre o Estado e as facções no país só terá fim quando houver uma reforma no Código Penal Brasileiro.

“Vamos esperar [o Brasil] virar um país do narcotráfico, dominado, como alguns países da America já viraram? Eu falo sempre sobre isso. Agora, não cabe a mim, governador, fazer lei. Cabe a mim executar as ações do Poder Executivo. Quem faz lei é o Legislativo, quem faz cumprir é o Judiciário brasileiro”, asseverou

“Tem que ter uma revisão no Código Penal de 1940. Muitas emendas e remendos foram feitos, mas estão muito distantes de serem um instrumento adequado para combater a atual realidade do crime organizado do país”, pontuou.