Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Quarta Feira 11 de Dezembro de 2024

Menu

Conforme estudo

Garimpo ilegal de ouro já girou mais R$ 88 milhões em MT; estado tem 46 postos de compra

Os dados são do estudo "A nova corrida do ouro na Amazônia: garimpo ilegal e violência na floresta"

Geral | 07 de Julho de 2024 as 20h 24min
Fonte: Unica News

Foto: Divulgação

O garimpo ilegal já movimentou mais de R$ 88 milhões na região da bacia do Rio Tapajós e na Terra Indígena (TI) Sararé, em Mato Grosso. A atividade de mineração nesta área é mais mecanizada e tem maior investimento, portanto, mais "moderna" que em outras localizações. Com isso, o estado já soma 46 postos de compra, mais que em qualquer região do país.

Os dados são do estudo "A nova corrida do ouro na Amazônia: garimpo ilegal e violência na floresta" realizado pelo Instituto Mãe Crioula, Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Instituto Clima e Sociedade (iCS).

Conforme o estudo, apenas na TI Sararé, já foram encontradas inutilizadas 88 máquinas desde o começo deste ano, sendo que cada máquina custa em média R$ 1 milhão, totalizando cerca de 88 milhões girados pelo garimpo ilegal realizado na região.

Embora a Polícia Federal, e outras equipes da Força de Segurança, tenham deflagrado a Operação Ouro Viciado para combater a extração ilegal de ouro e desocupação da Terra Indígena Sararé, segundo o estudo, os relatos são de que as máquinas continuam sendo repostas com muita facilidade.

Por ser uma região de garimpo bem desenvolvido, Mato Grosso é o estado com mais postos de compra de ouro do país. Enquanto em outras unidades da federação há 17, 7, 3, um ou nenhum posto, em MT existem 46. Além disso, houve um aumento de 64,3% no número de postos em MT, enquanto o Pará (que tem 17), onde se localiza a TI Kayapó que vem sofrendo com desmatamento, destruição e o garimpo, teve queda 48,5%.

Embora a extração de ouro das terras indígenas seja proibida, o estudo aponta que está é uma cadeia de frágil regulação, pois não há rastreabilidade do ouro, nem medição da capacidade produtiva de cada área, o que não permite parâmetros para medir a produção esperada.

Tal fato é evidenciado pelos números referentes à arrecadação da Compensação Financeira por Extração de Minério, publicados no estudo Cartografias da Violência na Amazônia – 2ª Edição. Os dados apontam que Mato Grosso arrecadou apenas R$ 66.226.800.

A arrecadação é apenas segunda maior do país, perdendo para o estado do Pará, que teve uma compensação financeira de R$ 74.953.674, o que pode ser explicado devido ao "esquentamento do ouro", quando garimpeiros vendem o minério para Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) — empresas autorizadas pelo Banco Central a adquiri-lo e transformá-lo em ativo financeiro, mas que não verificam sua origem.