Sinop
Fundação diz que não houve qualquer paralisação nas UTIs
Diretor do Hospital afirma que ninguém seria maluco de desativar as duas unidades
Geral | 03 de Maio de 2016 as 18h 41min
Fonte: Jamerson Miléski
Dois dias após romper o contrato para a gestão das UTI’s adulto do Hospital Regional de Sinop, a Fundação de Saúde Comunitária Santo Antônio respondeu, a sua forma, as dúvidas referentes ao serviço. Em uma coletiva de imprensa convocada pelo diretor do Hospital, Wellington Randal, na tarde de segunda-feira (2), a Fundação se manifestou sobre o caso. O GC Notícias não foi informado da coletiva. A repórter da TV Capital, Joice Mohr acabou recebendo a informação de colegas de imprensa e colheu as informações do diretor.
Na entrevista Wellington afirmou que em nenhum momento os serviços de UTI do Hospital foram suspensos e nenhuma paralisação está programada. “Ninguém seria maluco de colocar duas unidades tão importantes para o atendimento da população no norte do Estado fora de funcionamento”, discursou. O diretor citou o fato da instituição ter programado o fim dos contratos em datas diferentes: 30 de abril para as UTI’s adulto e 15 de maio para as UTI’s Infantil – conforme havia informado o GC Notícias em sua matéria (clique aqui para ler a reportagem).
O diretor explicou que a suspensão dos serviços com a empresa Pró-Clin teve como objetivo a redução dos valores gastos com UTI. Wellington afirmou que os contratos firmados durante a intervenção na gestão do Hospital estavam acima do preço e que com a substituição da empresa seria gerada uma economia de R$ 500 mil. Ele informou ainda que outros dois contratos estão passando por revisão e que pretende enxugar as despesas do Hospital Regional, que segundo o diretor são de R$ 7 milhões por mês, para R$ 4,5 milhões. “Essa economia será feita sem descuidar da qualidade do atendimento”, justificou.
Wellington considerou as notícias vinculadas sobre as UTI’s “irresponsáveis” e que tiveram como premissa macular a imagem da Fundação junto a população de Sinop. “Plantou na população um pavor de que as unidades [UTI’s], deixariam de funcionar”, ressaltou.
O diretor ressaltou a responsabilidade da Fundação, lembrando que foi através do Hospital Santo Antônio que se instalaram as primeiras UTI’s na cidade de Sinop, via SUS.
Na entrevista concedida às emissoras de TV, Wellington não informou qual empresa foi contratada para prestar o serviço de UTI, nem como a Fundação resolveu a falta de equipamentos, que originalmente eram da Pró-Clin. Também não foi informado o valor dos novos contratos.
O contrato firmado em novembro de 2014 com a Pró-Clin, para a os 10 leitos de UTI adulto, era de R$ 560 mil por mês – R$ 1,8 mil por leito de UTI/dia. Esse contrato foi revisado em 2015 e reduzido para R$ 510 mil.
O mesmo valor do contrato firmado com a Pró-Clin em junho de 2015 para os 10 leitos de UTI infantil: R$ 510 mil por mês. Segundo o interventor do Hospital na época, Wanderson Silva, o custo é de R$ 1,7 mil por leito de UTI ao dia, sendo que os valores são pagos na integralidade, independente do uso.
Somando ambos, o Hospital Regional repassa por mês R$ 1,02 milhão para a Pró-Clin. Não há detalhes de como será a economia de metade desse valor, proposta pelo diretor da Fundação com a troca da gestão.
Abaixo listamos dois orçamentos do Hospital Santo Antônio que integram ações judiciais com ordens de bloqueio. Neles a Fundação cobra R$ 10 mil e R$ 8 mil a diária de um leito de UTI – quase 6 vezes mais que o valor pago no Hospital Regional de Sinop para a Pró-Clin.
Superbactéria
Durante a coletiva Wellington foi questionado sobre a existência de uma infecção hospitalar no Hospital Regional, com uma superbactéria, resistente a antibióticos. A jornalista Joice Mohr citou a informação de 11 óbitos de crianças no mês de abril. O diretor disse que a informação não procede. “Existiu uma superbactéria no passado, durante a intervenção, não agora”, respondeu. Segundo ele, foi montada uma comissão que vai avaliar as denúncias e prestar esclarecimentos, tanto sobre a suposta infecção hospitalar como dos óbitos.
Wellington afirmou que antes da intervenção o Hospital atendia 20 crianças por dia e que atualmente passa de 100 atendimentos pediátricos por período.
Veja a entrevista na íntegra:
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