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Exame cita VLT como exemplo de obra mal planejada no país

Geral | 30 de Março de 2015 as 09h 34min
Fonte: Midia News

 

A revista Exame, publicação de circulação nacional da Editora Abril, traz, em sua edição que já está nas bancas, uma reportagem que mostra a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá como exemplo de “um dos fiascos da história recente das obras públicas no Brasil”.
Intitulada “O Custo da Burrice”, a matéria assinada pelos jornalistas Flávia Furlan e Bruno Villas Bôas afirma que “quase todas as grandes obras brasileiras esbarram na pura falta de inteligência” e que casos como o do VLT de Cuiabá mostram que, “mesmo quando se põe mãos à obra, as coisas custam a avançar por falta de puro bom senso”.
 
“A um custo de R$ 1,5 bilhão, seria o maior investimento em mobilidade urbana da história de Mato Grosso. A linha deveria começar a operar no início do ano passado, com 22 quilômetros de extensão e 33 estações. Mas até agora, tudo o que ficou pronto, foram 800 metros de trilhos. Há 40 vagões estacionados num pátio nos arredores de Cuiabá, expostos ao clima quente e úmido da cidade e acumulando a poeira vermelha da região”, diz trecho da reportagem.
 
Citando problemas já conhecidos pelos mato-grossenses – por exemplo, as falhas nos projetos da obra, o custo de R$ 1,477 bilhão e o consumo de três quartos do recurso sem que a obra tenha chegado à metade –, a reportagem critica a necessidade de mais R$ 700 milhões para a conclusão da obra, que está parada desde dezembro “porque não há esse dinheiro para tirar do orçamento”.
“Enquanto isso, a população sofre. Acessos às avenidas que circundam a linha do VLT seguem interditados por causa da obra inacabada, causando congestionamentos nos horários de pico”, diz outro trecho da matéria.
 
A reportagem critica a prática do poder público brasileiro de se iniciar obras sem saber quanto elas devem custar no final e sem que haja detalhes no projeto, o que reflete no bolso do cidadão.
“O pior: tanto tempo e dinheiro não estão sendo fastos para atingir feitos extraordinários, como levar astronautas a Marte. Trata-se de construir pontes, estradas, ferrovias e portos, entre outras obras cujas tecnologias são dominadas há décadas ou séculos”, critica a revista.
 
Falta de inteligência
O ritmo da obra inacabada do VLT é apontada, na matéria, como similar à obra do Metrô de São Paulo – iniciada em 1974 – e ambas são comparadas com a obra do metrô de Seul, na Coreia do Sul, iniciado no mesmo ano. Enquanto em São Paulo há 74 km de trilhos prontos, Seus conta 327 km feitos no mesmo período.
“Por que demoramos tanto? Em parte, por falta de um insumo básico: inteligência”, diz outro trecho da matéria.
Dados do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, levantados pela revista, mostram que o Brasil gasta apenas um quinto do tempo da obra com as etapas iniciais de planejamento (elaboração de projetos, montagem dos cronogramas e projeções de custo), o que, em países mais desenvolvidos, consomem até metade do tempo da construção.
“No Brasil, as obras podem ser iniciadas apenas comum projeto básico. Sem detalhamento, é natural que surjam situações não previstas, exigindo mudanças no cronograma e mais dinheiro para a execução”, afirmou o professor da Fundação, Paulo Resende.
Ainda conforme a Exame, um levantamento feito pelo Tribunal de contas da União apontou que mais de um terço das fiscalizações realizadas no ano passado apontaram problemas de projeto nas obras.

A revista Exame, publicação de circulação nacional da Editora Abril, traz, em sua edição que já está nas bancas, uma reportagem que mostra a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá como exemplo de “um dos fiascos da história recente das obras públicas no Brasil”.

Intitulada “O Custo da Burrice”, a matéria assinada pelos jornalistas Flávia Furlan e Bruno Villas Bôas afirma que “quase todas as grandes obras brasileiras esbarram na pura falta de inteligência” e que casos como o do VLT de Cuiabá mostram que, “mesmo quando se põe mãos à obra, as coisas custam a avançar por falta de puro bom senso”. 

“A um custo de R$ 1,5 bilhão, seria o maior investimento em mobilidade urbana da história de Mato Grosso. A linha deveria começar a operar no início do ano passado, com 22 quilômetros de extensão e 33 estações. Mas até agora, tudo o que ficou pronto, foram 800 metros de trilhos. Há 40 vagões estacionados num pátio nos arredores de Cuiabá, expostos ao clima quente e úmido da cidade e acumulando a poeira vermelha da região”, diz trecho da reportagem. 
Citando problemas já conhecidos pelos mato-grossenses – por exemplo, as falhas nos projetos da obra, o custo de R$ 1,477 bilhão e o consumo de três quartos do recurso sem que a obra tenha chegado à metade –, a reportagem critica a necessidade de mais R$ 700 milhões para a conclusão da obra, que está parada desde dezembro “porque não há esse dinheiro para tirar do orçamento”.
“Enquanto isso, a população sofre. Acessos às avenidas que circundam a linha do VLT seguem interditados por causa da obra inacabada, causando congestionamentos nos horários de pico”, diz outro trecho da matéria. 
A reportagem critica a prática do poder público brasileiro de se iniciar obras sem saber quanto elas devem custar no final e sem que haja detalhes no projeto, o que reflete no bolso do cidadão.

“O pior: tanto tempo e dinheiro não estão sendo fastos para atingir feitos extraordinários, como levar astronautas a Marte. Trata-se de construir pontes, estradas, ferrovias e portos, entre outras obras cujas tecnologias são dominadas há décadas ou séculos”, critica a revista. 
Falta de inteligência
O ritmo da obra inacabada do VLT é apontada, na matéria, como similar à obra do Metrô de São Paulo – iniciada em 1974 – e ambas são comparadas com a obra do metrô de Seul, na Coreia do Sul, iniciado no mesmo ano. Enquanto em São Paulo há 74 km de trilhos prontos, Seus conta 327 km feitos no mesmo período.

“Por que demoramos tanto? Em parte, por falta de um insumo básico: inteligência”, diz outro trecho da matéria.

Dados do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, levantados pela revista, mostram que o Brasil gasta apenas um quinto do tempo da obra com as etapas iniciais de planejamento (elaboração de projetos, montagem dos cronogramas e projeções de custo), o que, em países mais desenvolvidos, consomem até metade do tempo da construção.

“No Brasil, as obras podem ser iniciadas apenas comum projeto básico. Sem detalhamento, é natural que surjam situações não previstas, exigindo mudanças no cronograma e mais dinheiro para a execução”, afirmou o professor da Fundação, Paulo Resende.

Ainda conforme a Exame, um levantamento feito pelo Tribunal de contas da União apontou que mais de um terço das fiscalizações realizadas no ano passado apontaram problemas de projeto nas obras.