Empresa oferece área para construção do novo estádio

Proposta de doação de área foi encaminhada para a prefeita de Sinop

Ao decidir vender toda a área do estádio Gigante do Norte, a prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PR), precisa escolher um local para construir a nova arena esportiva que o município receberá em permuta. Embora o projeto de lei que pede a permissão para o leilão completo do terreno tenha sido encaminhado ontem, segunda-feira (16), para a Câmara de Sinop, a prefeita já tem propostas de onde construir o novo estádio.

A oferta foi formalizada à prefeita na última semana. A empresa “Nova Sinop Empreendimentos e Participações” enviou para prefeitura um documento externando, formalmente, o desejo de doar uma área de 100 mil metros quadrados (10 hectares), para construção da nova arena esportiva do município.

O imóvel oferecido fica na região da fazenda aeroporto – cerca de 12 km de distância do Estádio Gigante do Norte. A empresa que fez a oferta foi aberta em 2015, com sede em Primavera do Leste (MT). Trata-se de um holding que agrupa boa parte dos negócios e patrimônios do produtor rural Vilson Vian. Ele é proprietário de uma vasta área de terra localizada próximo ao aeroporto municipal, com mais de 4 mil hectares. Em 2017, Vilson doou uma área nessa propriedade para o Hospital do Câncer de Barretos.

Segundo Rosana, a proposta está sendo estudada. A gestora disse que a pretensão era obter um imóvel maior, com pelo menos 150 mil metros quadrados, para que houve espaço físico suficiente para a nova arena, estacionamento e também um centro olímpico para outras modalidades. “Já que estamos fazendo a mudança, queremos que seja sólida, contemplando as outras necessidades que Sinop tem na área do esporte. Com uma área maior teríamos espaço para fazer uma estrutura definitiva”, explicou Rosana ao GC Notícias.

Rosana informou que sua equipe também estuda a possibilidade de utilizar uma área de propriedade da prefeitura, no final da Avenida Alexandre Ferronatto, para abrigar a nova arena. “A travessia urbana pela BR-163 tem se mostrado um obstáculo para definirmos a construção da arena nesse espaço. Mas nada está decidido”, comentou a prefeita.

Essa área foi incorporada ao patrimônio da prefeitura em 2011, quando o então prefeito Juarez Costa projetou a implantação do Centro Político Administrativo de Sinop nesse espaço. Parte dos imóveis foram doados para órgãos públicos e uma área foi reservada para construção da nova prefeitura de Sinop – projeto que não prosperou.

Caso aceite a área oferecida por Vilson Vian, a prefeitura terá que elaborar um projeto e encaminhar para a aprovação da Câmara de vereadores. Rosana demonstrou pressa. Ela irá sustar a licitação lançada pela prefeitura no final de agostos e lançar uma nova. Nesse edital já deve constar o imóvel onde será erguida a nova arena. “Nossa pressa é em razão do período chuvoso. Ou aceleramos o processo, ou teremos as obras prejudicadas pela chuva”, pontuou.

Rosana também declarou que, caso a área no final da Avenida Alexandre Ferronatto não seja utilizada para construção do estádio, é possível que a prefeitura leiloe o imóvel.

Fazenda no prego

No mês passado a Fazenda Monte Sião Lote A, conhecida como Fazenda Aeroporto, foi para um leilão judicial coordenado pela Casa Reis Leilões, de São Paulo. A propriedade com 4 mil hectares foi colocada a venda por um lance mínimo de R$ 214,8 milhões – ou seja, R$ 53,7 mil o hectare. Levando em conta a avaliação do leilão, a área oferecida por Vilson Vian para prefeitura construir o estádio vale cerca de R$ 530 mil.

O imóvel que foi à leilão judicial pertencia a Company Leandro Mussi LLC (uma holding estrangeira). Também estavam listados como representantes legais (abrangidas pela holding), Leandro Mussi, Transterra Mineração e Materiais para Construção Eireli Epp, e Mineração Aeroporto.

O leilão imóvel ocorreu em função da execução da garantia de um financiamento que a Company Leandro Mussi fez junto a Metropolitan Life Insurance Company – uma holding americana mais conhecida como “MetLife”. A MetLife está entre os maiores fornecedores globais de seguro e financiamentos. Mussi penhorou contas da sua empresa como garantia para um financiamento, penhorando assim um percentual das colheitas de algodão e soja pendentes ou em via de formação, relativas às safras de 2014 a 2024, na Fazenda Aeroporto.

O valor da dívida, até o momento da formação do leilão, era de R$ 203.718.062,28.