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Deslocamento histórico

Colonizadora se propõe a reconstruir o prédio histórico do Colonial

Prefeitura pretende demolir ginásio de esportes para receber o “novo velho” Colonial

Geral | 03 de Julho de 2015 as 11h 37min
Fonte: Jamerson Miléski

O imbróglio do único prédio histórico de Sinop, tombado e depois derrubado, pode estar próximo de um desfecho. Na última terça-feira (30), durante uma audiência promovida pelo Ministério Público com a Colonizadora Sinop, a Vitalle e a prefeitura de Sinop, foi formulado um pré-acordo para restituir o patrimônio histórico perdido com o desabamento. A proposta, a princípio, é derrubar um ginásio de esportes para, neste terreno, erguer o novo Colonial.

Segundo Rodrigo Goulart, advogado da Colonizadora, a empresa se propôs a reconstruir o prédio em qualquer área apontada pelo município. O Ministério Público entendeu que a proposta só seria válida caso o terreno escolhido tivesse um simbolismo histórico. O historiador da prefeitura, Luis Erardi, relacionou a área localizada no cruzamento da Avenida dos Jacarandás e Avenida das Embaúbas, onde está estabelecido o ginásio de esportes Benedito Santiago. Conforme o professor, o local abrigou a primeira escola do município.

A indicação foi aceita pelo prefeito Juarez Costa e pelo representante do MP. Como o ginásio está em péssimas condições, inclusive com a parte estrutural comprometida, Juarez pretende demolir a estrutura e destinar o terreno para que a Colonizadora construa o Colonial. “A nossa proposta foi para reconstruir o prédio histórico em qualquer lugar apontado pela prefeitura e que tivesse o aval do Ministério Público. A escolha da área não tem qualquer sugestão da Colonizadora”, explica Goulart.

Na audiência foi firmado um cronograma de mobilização, com as obrigações de cada parte para que o acordo seja concretizado. O município tem 30 dias para destacar o imóvel apontado em qual local o novo Colonial será reconstruído. A partir disso, a Colonizadora tem mais 45 dias para apresentar um “máster plan”, uma espécie de projeto básico do que será edificado sobre a área indicada. O projeto passará pelo crivo da prefeitura e do Ministério Público. Havendo a aprovação, firma-se o acordo para reconstrução, estabelecendo um cronograma de execução.

Segundo o advogado da Colonizadora, a empresa vai construir um Centro Cultural. O elemento principal é o prédio do Colonial. A parte que desabou no dia 16 de novembro de 2013 será recolhida e o que continua em pé, desmanchado. Todos os elementos aproveitáveis da edificação serão aproveitados na reconstrução. O que não for possível, será refeito respeitando as mesmas características arquitetônicas.

O prédio terá a mesma dimensão do original. Será uma cópia fiel. O arquiteto Alfredo Clodoaldo, que integra o quadro da Colonizadora, foi o autor do projeto original no ano de 1982. Ele iniciou uma busca para encontrar os velhos croquis, que devem orientar a reconstrução. “Hoje é impossível estimar o custo que a Colonizadora terá com essa obra ou mesmo quanto tempo será necessário para entregar a estrutura para o município devido as peculiaridades desse tipo de construção”, explica Goulart.

Além do prédio do Colonial, a Colonizadora terá que implantar um coreto e fazer toda a parte de urbanização da área, transformando o terreno em uma praça pública.

Ainda não se sabe qual será a utilidade final do novo Colonial. Cogita-se utilizar o espaço para implantação do Museu de Sinop, para abrigar a biblioteca pública ou mesmo fazer um centro para apresentações culturais – o que seria redundante, uma vez que a cidade já conta com um Centro de Eventos, mais amplo e moderno, que acaba sendo subutilizado.

Toda a discussão envolvendo esse pré-acordo é judicializada. A Vitalle, outra parte que integra a disputa sobre a propriedade da área do Colonial, aceitou a proposta de remoção e reconstrução. A partir disso as duas empresas continuarão o embate jurídico apenas pelo terreno. A área onde está o Colonial tem um valor estimado de R$ 10 milhões.