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Investigação

CNJ acha minutas de decisões, PIXs e milhares de conversas entre advogados e magistrados de MT

Empresário de Primavera do Leste é suspeito de "atuar" em cortes superiores

Geral | 10 de Agosto de 2024 as 12h 58min
Fonte: Folha Max

Foto: Reprodução

A investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que resultou no afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), aponta que o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, vendia sua proximidade com os magistrados. Foram encontradas ainda milhares de ligações feitas pelo jurista com um empresário de Primavera do Leste, que é marido de uma advogada.

O CNJ, em uma decisão prolatada pelo ministro corregedor da Corte, Luis Felipe Salomão, determinou o afastamento de dois magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Foram alvos da decisão os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião Moraes Filho e o afastamento teria sido motivado por conta de informações contidas no telefone celular que pertencia ao advogado Roberto Zampieri, por suspeita de venda de sentença.

De acordo com as investigações, Roberto Zampieri teria realizado cerca de 9 mil ligações telefônicas com o empresário Anderson de Oliveira Gonçalves, marido da advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves. A jurista atuou na defesa de diversos magistrados de Mato Grosso na ação que ficou conhecida como “Escândalo da Maçonaria”, que investigou supostos desvios no TJMT.

Também teriam sido identificadas aproximadamente 5 mil ligações telefônicas entre Zampieri e um desembargador do TJMT. A suspeita é que o advogado assassinado negociava com interessados sua proximidade junto a alguns magistrados mato-grossenses, entre eles os dois desembargadores que foram afastados pelo CNJ: Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho.

Segundo investigações, algumas mensagens trocadas por Zampieri diziam respeito a recursos que teriam sido acatados pelo TJMT. Foram encontrados ainda comprovantes de transferências bancárias e até mesmo a preparação de uma minuta de decisão de decisão judicial. Os dados estão sendo analisados pelo CNJ.

Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingido pelo executor com diversos tiros de pistola 9 milímetros. O atirador, identificado como Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Também foram presos o instrutor de tiro, Hedilerson Filho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o crime, e dono da arma usada no crime, além do coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que teria financiado o homicídio. Aníbal Manoel Laurindo foi apontado pelos investigadores como sendo o mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri. A motivação seria uma disputa de terra, na qual perderam uma fazenda, no valor de R$100 milhões, em Paranatinga.