Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Quinta Feira 12 de Dezembro de 2024

Menu

Susto grande

Brigadista do ICMBio é atacado por onça-pintada no Pantanal mato-grossense

Agente realizava o combate a um foco de incêndio na porção central do bioma em MT quando aconteceu o ataque do animal

Geral | 16 de Julho de 2024 as 14h 06min
Fonte: Única News

Foto: Reprodução/Montagem)

Um brigadista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) viveu momentos de tensão neste final de semana, no Pantanal mato-grossense, ao ficar frente a frente com uma onça-pintada. João Paulo da Silva Silvino (38) foi atacado sem gravidade pelo animal, próximo a um acampamento de brigadistas, que realizam o combate a um incêndio no parque, em uma região próxima à divisa com o estado de Mato Grosso do Sul.

Segundo informações, uma equipe de quatro brigadistas do ICMBio que realizava o monitoramento e vigilância noturna de um foco de incêndio na porção central do parque montou acampamento no local. Em determinado momento, João Paulo se afastou alguns metros do acampamento para apanhar lenha para avivar a fogueira, quando sentiu a presença de um animal por perto.

De repente, Silvino foi surpreendido pelo animal, que deu um salto para dar o bote, porém acabou acertando uma unhada no braço do brigadista, que rasgou a manga de sua gandola. Ao ver a cena, os companheiros de brigada do agente interviram e foram para cima da onça, gritando e balançando os braços. O animal então desistiu do ataque e fugiu.

“É por Deus que estou aqui agora. Me afastei cinco metros da fogueira para pegar lenha e senti que a onça estava próxima. Vi que ela estava se preparando para dar o bote, ergui os braços e gritei. Mesmo assim ela pulou, mas meus companheiros vieram me socorrer imediatamente. Se estivesse sozinho, não estaria aqui”, conta o brigadista.

Conforme a equipe de brigadistas, tratava-se de uma fêmea com filhote. Acredita-se que o incidente aconteceu porque o animal estava assustado e fugindo da área em chamas.

Após o fato, nenhum dos quatro brigadistas conseguiu descansar durante a noite e, devido ao susto e o cansaço, o grupo retornou pela manhã à sede do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense em um helicóptero da Marinha, que dava apoio na operação.

Apesar do susto, João Paulo Silvino, que cursa Gestão Ambiental em Brasília (DF), garantiu que não se intimidou com o ataque e diz não ter receio de voltar a combater incêndios no Pantanal.

“A gente que tem essa profissão tem amor pelo que faz. Fica a experiência, vontade que mais ninguém passe por isso. Falei com o Chefe de Operações, que perguntou se eu estava bem para prosseguir, e estamos às ordens, como os demais da equipe. A gente nunca faz nada sozinho, o trabalho em equipe é fundamental. Quando a gente assume um compromisso, a gente tem que estar disposto a tudo. O susto foi grande. Aconteceu, mas o meu foco é defender o meio ambiente”, enfatizou.

Todavia, por considerar que o incêndio está sob controle na região onde o agente foi atacado e pensando na segurança da equipe, o Comando do ICMBio preferiu retirar a equipe de solo e monitorar o local apenas com sobrevoos. Alessandro de Araújo Silva, Chefe da equipe de brigadistas e um dos agentes que presenciou o fato, destacou que o local onde o colega foi atacado é uma região bastante perigosa e propícia para o ataque de animais.

“É uma região que você não pode ficar muito ‘manso’ [sic]. Acontecem coisas que você não prevê, como aconteceu com nosso companheiro Silvino. Ele saiu, pegou uns gravetos, foi a hora que a onça o pegou. Nós estávamos próximos e saímos gritando e o animal fugiu para o mato. Depois ficamos juntos perto da fogueira vigiando”, destacou.

“É importante estarmos sempre juntos, porque é quando menos se espera que esse tipo de coisa acontece. Deus nos protegeu que não foi um acidente mais grave. Temos que ter muita atenção, os companheiros devem estar sempre em dois ou três. É o ambiente delas (onças), com incêndio ou não”, concluiu.