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Bom dia, Sábado 14 de Dezembro de 2024

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Fechada em rotatória

Apoiador de candidato se entrega e é preso; juíza foi chamada de bruxa

Adriano Fabrício se entregou neste sábado

Geral | 05 de Outubro de 2024 as 20h 52min
Fonte: FolhaMax

Foto: Divulgação

A juíza de direito Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, que nestas eleições de 2024 também está atuando como juíza eleitoral, foi chamada de “bruxa” por Adriano Fabrício, apoiador do candidato a prefeito de Sorriso (420 Km de Cuiabá), Alei Fernandes (União). Fabrício teria intimidado a magistrada na manhã da última sexta-feira (4) e era procurado pela Polícia Judiciária Civil (PJC). Ele se entregou neste sábado (5), e recebeu voz de prisão.

Conforme o boletim de ocorrência do caso, a juíza relatou que seu assessor lhe informou da existência de “bandeirinhas” de Alei Fernandes que estariam irregulares na rotatória do bairro Recanto dos Pássaros, em Sorriso.

A magistrada foi pessoalmente até o local - aparentemente, num carro particular, sem identificação -, e retirou as bandeiras, guardando-as em seu próprio veículo. Neste momento, Adriano Fabrício chegou com a sua caminhonete, e “fechou” o carro da magistrada no acesso a rotatória, impedindo o trânsito.

Um vídeo de monitoramento mostra Adriano Fabrício descendo de sua caminhonete, indo em direção ao veículo da juíza, abrindo a porta do automóvel e discutindo com a magistrada. Pouco tempo depois ele volta para a caminhonete e deixa o local.

No boletim de ocorrência, a magistrada contou que foi intimidada e ofendida pelo apoiador do candidato Alei Fernandes.

“O suspeito, ao visualizar a juíza, interceptou-lhe com o próprio veículo, uma Dodge Ram branca, de maneira a impedir que a vítima pudesse sair do local com o próprio veículo. Ato contínuo, ele desceu do carro e foi, a pé, em direção à vítima, abriu a porta do carro dela e a desacatou, chamando-a de ‘bruxa’, além de ter tentado tomar à força as bandeiras apreendidas”, diz trecho do boletim de ocorrência.

A PJC em Sorriso declarou à imprensa neste sábado que Fabrício se assustou com a repercussão do caso, e que entrou em contato com as forças de segurança para dizer que se entregaria. Ele postou um vídeo admitindo que “agiu com grosseria”, garantindo que “jamais interpelaria uma magistrada”.

“Não afrontei, nem xinguei. Realmente falei grosso, porque era uma pessoa que estava com um monte de bandeiras nossas na mão, sem identificação nenhuma. Não conhecia a juíza eleitoral e novamente peço desculpas a ela. Neste momento, as pessoas tentam destruir a vida de alguém, e dessa vez sou eu. Quem me conhece, sabe da minha idoneidade. Infelizmente, esse é meu temperamento. Brigo muito pelo que é certo. Não sou bandido. Cresci em Sorriso, empinava moto, frequentava festa e construí minha vida aqui”.

AMAM SE MANIFESTAM

Sem mencionar o fato da juíza estar recolhendo as “bandeirinhas” com o seu carro particular, pessoalmente, a Associação Mato-grossense dos Magistrados publicou uma nota em “apoio” à Emanuelle Chiaradia Navarro Mano.

 

Confira abaixo a nota

A Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) vem, por meio desta, manifestar seu apoio à juíza de Direito Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, titular da 43ª Zona Eleitoral, com sede em Sorriso, quanto à agressão sofrida, na manhã desta sexta-feira (4). A magistrada seguia por uma das principais vias de Sorriso, quando seu automóvel foi fechado por um outro carro e o motorista passou a agredi-la, chegando a abrir, bruscamente, a porta do veículo em que a Magistrada estava, proferindo ofensas.

A juíza, tão logo pôde, registrou o ocorrido junto à autoridade policial, em Sorriso, que iniciou as buscas pelo agressor, assim como fez a comunicação à AMAM, para que tomasse ciência do fato.

A AMAM, instituição que tem como objetivo não só a defesa dos direitos e interesses dos magistrados, mas também da independência do Poder Judiciário, com a preservação e reforço de suas prerrogativas constitucionais, repudia fatos como este. Ademais, a entidade, bem como sua assessoria jurídica, se coloca à disposição da juíza Emanuelle Chiaradia para auxiliá-la em quaisquer medidas judiciais, cíveis ou criminais, que entender cabíveis.