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Sinop

Prefeitura vai equipar escolas públicas com mesas digitais

Dispositivos tecnológicos interativos serão utilizados com alunos que precisam de reforço para alfabetização

Educação | 30 de Outubro de 2019 as 16h 53min
Fonte: Jamerson Miléski

Uma quantidade significativa de alunos das escolas municipais de Sinop chegava ao final do 3º ano sem estar alfabetizado. Quando detectou o déficit, a secretaria de Educação do município começou a desenvolver uma estratégia para “acelerar” aqueles alunos que não estavam indo tão bem.

Inspirada no Programa “Se Liga e Acelera”, do Instituto Ayrton Senna, a gestão da prefeita Rosana Martinelli (PL), criou o projeto “Unidocência”. A ideia era simples: criar um tempo extra de estudo, para que professores e alunos com dificuldade de aprendizagem revisitassem as matérias.

O projeto começou bem. Desde o ano passado, professores do 1º ao 3º ano – fase crucial da alfabetização – tem entre 5 à 7h extras por semana, devidamente remuneradas, para aplicar o “reforço”. Os alunos tem essas atividades no contraturno, com o mesmo professor titular. Ou seja, o aluno que frequenta a escola de manhã, faz o reforço na parte da tarde, com o mesmo professor – afim de otimizar o vínculo já existente entre mestre e aprendiz. A cada bimestre, uma avaliação é feita com os alunos para medir o desempenho e corrigir os rumos do reforço escolar.

“No segundo trimestre de 2019 detectamos que 70% dos nossos alunos do 3º ano já estavam alfabetizados”, revelou a secretária de Educação, Veridiana Paganotti. Embora o indicador mostre que o programa está funcionando, algumas falhas no método foram detectadas. “Acabamos percebendo que falta ferramenta para o professor aplicar o reforço. Falta algo que atraia o aluno, que estimule o aprendizado de outra forma. Em alguns casos o reforço acaba sendo uma aula a mais, com o mesmo professor, do mesmo jeito e, provavelmente, com o mesmo resultado”, explicou a secretária.

Para que o reforço não seja apenas mais uma aula chata no contraturno do aluno que está tentando aprender a ler e escrever, a secretaria de Educação está se municiando de tecnologia. A prefeitura de Sinop lançou nesta terça-feira (28), uma licitação para a compra de 100 mesas digitais. Esses gadgets que estão atualizando as metodologias de ensino – aproximando os professores da nova realidade dessa geração de alunos – funcionam como um “tablet gigante”. Essas telas de alta resolução, acopladas a um computador, respondem toque, assim como um smarthfone. Sua operação é intuitiva para o professor e, para o aluno, um recurso muito mais atrativo que um livro.

O equipamento que a prefeitura está adquirindo vem “carregado” com aplicativos educacionais, pedagógicos e de acessibilidade, desenvolvidos especialmente para promover o aprendizado a partir da interatividade com a tecnologia. “É uma linguagem que conversa melhor com essa geração, um recurso cativante, que desafia o aluno a aprender. As mesas digitais ajudarão os professores a estimular aquele aluno que acabou ficando para trás no aprendizado com o método convencional, na sala de aula”, aponta Veridiana.

As mesas digitais não são baratas. No Pregão Eletrônico 061/2019, lançado pela prefeitura de Sinop, o preço teto foi fixado em R$ 12,2 mil cada – o que implica em um investimento na casa de R$ 1,2 milhão para a aquisição de 100 unidades. A disputa na licitação pode derrubar o preço, mas os valores praticados pelo mercado não estão muito abaixo disso.

Segundo Veridiana, a estratégia da secretaria é de que cada uma das 39 escolas conte com pelo menos 2 mesas digitais. Elas serão instaladas nas salas de reforço escolar e nas salas de Aprendizagem Especial – para alunos com algum tipo de limitação sensorial ou cognitiva. “Com esses dispositivos os professores terão mais recursos para desenvolver a aprendizagem, corrigir a defasagem no processo de alfabetização ou otimizar aqueles alunos que tem um desempenho acima da média”, completa Veridiana. O propósito por trás de dar “aulas extras” para alunos com baixa proeficiência é elevar o nível geral da turma, para que alunos com alta proeficiência não sejam “passageiros” de uma sala de aula com conteúdo nivelado por baixo.

A licitação será aberta no dia 12 de novembro. A expectativa é de que as mesas estejam instaladas e prontas para o uso no início do ano letivo de 2020.