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Rede social

Pesquisa da UFMT alerta, vício no Instagram prejudica saúde mental

Uso consciente dessa rede social é fundamental para o bem estar

Educação | 27 de Outubro de 2020 as 09h 23min
Fonte: Redação com assessoria

Foto: Solen Feyissa

Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com o Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI), adaptaram uma escala para quantificar o vício em Instagram. Dessa forma será possível conhecer os antecedentes e as consequências do uso excessivo dessa rede social.

A plataforma conta com quase 900 milhões de usuários, no Brasil são cerca de 1h32 do dia gastos com o aplicativo, aproximadamente 30 % da população do país tem perfil ativo. Essa rede social possibilita o compartilhamento de fotos e vídeos, transmissões ao vivo (lives), troca instantânea de mensagens, entre outros recursos. Tornou-se rotina navegar pelo Instagram e outras redes, principalmente no atual contexto de pandemia em que houve um aumento significativo do seu uso, elas permitem construir uma realidade paralela, a “vida perfeita”.

O estudo aponta evidências empíricas que relacionam o tempo gasto nessa rede social com a depressão, ansiedade e preocupação excessiva com a aparência física, reduzindo os níveis de saúde mental. A exposição demasiada a imagens idealizadas leva a um decréscimo na autoavaliação da atratividade, aumentando a insatisfação corporal.

Para o estudo foi utilizada a Escala Bergen de Adição ao Instagram (EBAI), uma adaptação da Bergen Addiction Facebook Scale (BFAS), medida amplamente usada internacionalmente para quantificar o vício no Facebook. É baseada em uma teoria que sustenta que há seis aspectos centrais que caracterizam o vício: a saliência, quando o uso domina o pensamento e o comportamento; a modificação do humor; a tolerância; o afastamento social; conflito em relações interpessoais e em outras atividades e a recaída, o indivíduo volta a usar após um período de abstinência.

Considerando os aspectos centrais, pesquisadores da Universidade de Bergen (Noruega), elaboraram 3 itens para cobrir cada um dos seis elementos da adição, resultando em um conjunto inicial de dezoito itens. Utilizando procedimentos estatísticos, os autores selecionaram um item para representar cada elemento central da adição, resultando na versão de seis itens que tem sido adaptada para avaliar o vício global em redes sociais.

“A escala é uma medida de autorrelato, ou seja, os participantes leem os itens e indicam o quanto cada um dos seis o descreve. A finalidade da medida não é diagnóstica, mas a EBAI pode ser uma ferramenta com aplicação prática auxiliando no rastreio do vício ao Instagram, no planejamento de um uso programado ou mesmo na checagem da eficácia de intervenções que buscam reduzir o uso excessivo dessa rede social”,  explica o professor Renan Monteiro, um dos pesquisadores.

“Os resultados mostram que o vício em Instagram está diretamente relacionado com níveis maiores de estresse, depressão e ansiedade, o que sugere que o uso intenso pode trazer prejuízos à saúde mental. É latente a necessidade de incentivar um uso responsável das redes sociais”, alerta o docente.

O Brasil, um dos líderes no tempo gasto no aplicativo e um dos países com mais contas ativas nessa rede social, até então, não tinha medidas válidas e precisas para mensurar o vício. “Contar com uma medida adequada é uma ferramenta para os profissionais de saúde mental rastrearem o uso excessivo e implementarem estratégias para reduzi-lo, promovendo maior bem-estar” Conclui o pesquisador.