Artigo
Nome do pai em um bairro
29 de Fevereiro de 2020 as 12h 00min
Essa semana, o repórter da TV Real, Célio Garcia entrevistou o ex-deputado e ex-prefeito de Sinop, Nilson Leitão. Embora Leitão seja, mais uma vez candidato – agora para a suplementar que irá escolher o senador que ocupará a cadeira deixada por Selma Arruda – a entrevista não foi com o “político”, embora seja impossível interpelar o ex-deputado sem esbarrar no assunto.
O GC Notícias acompanhou a conversa. Ele falou da vinda para Sinop, da filantropia e dos serviços comunitários no passado (algo que vamos explorar), da família e até do basquete que jogou na adolescência. Em um pequeno trecho, afim de mostrar o quanto a história do ex-prefeito é interligada com a cidade, Célio tocou no assunto de que o pai de Nilson, falecido, hoje nomeia um grande bairro de Sinop. Estamos falando do Residencial Adriano Leitão. A reação foi inesperada.
Leitão declarou ser contra a homenagem. Não por falta de apresso pelo pai, que considera uma inspiração para sua vida. Para Nilson, o senhor Adriano não fez nada de extraordinário para Sinop a ponto de ser o nome de um bairro. E seguiu dizendo que Julio Campos, Daury Riva e André Maggi também não fizeram. “Sou contra mudar o nome das ruas e avenidas da nossa cidade para homenagear político. Nem se for comigo”, disse.
O assunto tem relevância porque recentemente a Câmara votou uma nova lei que versa sobre as homenagens concedidas em logradouros públicos. Nilson, homenageado pela empresa que viabilizou o projeto do Residencial Adriano Leitão, disse que preferia não receber tal deferência. Talvez muitos outros pioneiros “homenageados”, no fim, tem a mesma opinião.
Talvez a homenagem seja mais para afagar quem concede do que quem recebe.
Jamerson Miléski
O Observador