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Artigo

Kit Covid ou UTI

30 de Julho de 2020 as 10h 56min

Os efeitos da Pandemia no país tem se tornado devastador para uns e nem tão complicado para outros, certo mesmo é que ele vai além da falta de leitos e de psicotrópicos no país.

Inicialmente, como num passe de mágica, os hospitais brasileiros seguindo o modelo europeu, resolveram se modernizar, amparado pelo desespero criado por alguns e apoiado em número, gênero e grau por outros principalmente políticos em ano de eleição, em um só coro, clamaram por leitos de UTI’s e transformaram essa necessidade em bandeirinha, como essas de campanha mesmo, como se leitos de UTI fosse algo que do dia para noite salvasse a vida de alguém, é bem verdade que nele há possibilidade de salvar vidas é muito maior, como também aumenta o risco de morte por isso a necessidade de cuidados intensivos e especiais, e em nome da Pandemia, vale tudo e de qualquer jeito, ou seja, leitos de UTI’s tem sido abertos em quase todos os lugares ignorando vários princípios sanitários há bem pouco tempo, se perdia até recursos por falhas razoável, hoje, já não é mais necessário e de certa forma até compreensível, aliás recordamos que estamos em uma Pandemia.

Mas é preciso alertar que os leitos disponíveis por si só não bastam, até porque uma das peças centrais é o médico assistente que por sinal, deve ser especialista, aí está um outro gargalo. Estamos assistindo um debandada de medico sem experiência nenhuma dentro das UTI’s em todos os lugares, falta de critérios e de rigor, que naturalmente a sociedade pagará o preço, foram abandonados estudos, metas e tudo que daria uma visibilidade de controle, hospitais sem estrutura nenhuma até para procedimentos cirúrgicos de média complexidade, agora tem leitos de UTI´s, as normas editadas para construção, adequação e equipamentos que garantiriam a segurança do tratamento do paciente, já não existem.

Uma diária de leitos de UTI’s na rede pública hoje, paga-se com nosso dinheiro o mínimo de R$ 1.700,00 ou seja, para uma UTI de 10 leitos, não sai por menos de meio milhão de reais por mês, imagina uma UTI de 20, 30 ou mais leitos, mas é tudo por conta da pandemia, portanto, vale tudo. E o resultado, mortes e mais mortes que enfim, agora ouvimos: em decorrência da Covid, ou seja, já não é mais pela Covid, é em decorrência dela, muda tudo na hora de definir a causa da morte, sumiu as mortes de insuficiência respiratórias, cardiopatias e outras mais, até porque morte por infecção hospitalar da processo inclusive para o hospital, além de indenização virtuosas para muita gente, e a Covid? Lógico que não dá em nada, lembre-se, é Covid, é uma pandemia e assim acaba o argumento de quem quer que seja.

Mas o que tem a ver o kit covid e a as UTI’s? Bom, ai estamos falando de algumas cifras importantes, vejamos: a orientação do ex ministro da saúde no início da pandemia era: FIQUE EM CASA, e se sentir FALTA DE AR, procure uma unidade de saúde, ou seja, não priorizou o tratamento precoce e nem sequer criou protocolos de tratamento para evitar que a falta de ar chegasse, exceto mandar ficar em casa. Estudos em países europeus e na própria china epicentro da crise, aponta que o risco de contaminação ocorreu dentro de casa por conta do isolamento social, (verdade ou não, é uma pesquisa), com isso, como num jogo combinado, aumentou o número de mortes bem como a necessidade de aumentar os leitos de UTI’s de qualquer jeito, a questão é a politização, a manipulação dos dados que influencia diretamente nas políticas pública de saúde e o pior, a opção do tratamento imposto a todos nós para a ‘cura do covid’.

Imagine que um paciente internado na UTI’s por Covid mesmo, por pelo menos 15 dias, o estado gasta com ele, não menos que 25 mil reais, no serviço privado esse mesmo paciente, não sai por menos de 60 mil reais (baseado no valor da diária), fora os serviços extra que no final deve girar em torno de R$ 100 mil reais por paciente no mesmo período, ou seja, 03 a 04 vezes mais.

Como que na análise de um surto psicótico, gestores agora, perceberam o rombo nos cofres públicos e a dificuldade de gerir isso pós crise, bem como a diminuição dos casos e a chegada da vacina para prevenção do Covid, tentam agora aderir a estratégia da prevenção do agravo, ou seja, mudou a orientação. Se o paciente se sentir mal, traz ele de volta para a unidade de saúde, temos até unidade especializada em diagnóstico e tratamento da Covid, além da distribuição de medicamentos, ou kit Covid (como vem sendo chamado, e que tem em sua composição: Hidroxcloroquina, Ivermectina, Azitromicina, AAS, Ibruprofeno, Cortisona, Paracetamol, Sulfato de Zinco e até Vitamina D).

Estratégia perfeita capaz de camuflar toda má gestão dos serviços de saúde nos últimos anos como: a falta de medicamento, exames, procedimentos, dialogo, condições de trabalho, ou seja, contando com o lapso temporal de boa parte da sociedade, com a mídia sobre controle, tinha tudo pra dar certo, como diz o outro, era pra ser tiro e queda, porém, faltou um detalhe: a equipe médica. Fizeram quase tudo, mas esqueceram de combinar com os “verdadeiros protagonistas” (ao menos na cabeça de alguns), ao definir pela estratégia sem evidenciar uma boa referência, com embotamento quase que afetivo gerencial, sobrecarregando inclusive seus pares, sem envolvimento de atores técnicos importantes no cenário nacional, (que com certeza faria a diferença principalmente com a equipe de saúde), e para completar, sem amplo diálogo com a rede de cuidados e apoiadores no próprio município, incluindo os médicos, a estratégia escolhida não será suficiente para mudar o cenário vivido até o início da pandemia.

Criaram protocolos baseado até em outros exemplos que deram certo, mas ouve-se que nem todos foram ouvidos e os que foram, nunca foram suficiente pra fazer a tal diferença capaz de impactar ou reverter processos outrora rejeitados, mais aí a politização muito usada na política que chegou até o tratamento da saúde, faz com que assistimos discursos vazios e achismo por todos os lados, pesquisadores não se entendem sobre a eficácia de medicamentos, médicos não se entendem sobre a utilização dos protocolos, e os gestores já não sabem mais como gastar o dinheiro público até por que, terão que prestar contas, e acabam se perdendo no faz e desfaz , quero acreditar que é tentando acertar, porém, cometendo mais equívocos.

Finalizando, um tratamento convencional profilático que hoje custaria no máximo 100,00 reais comprando em larga escala pelo poder público, inibindo a progressão da doença ou evitando-a juntamente com outras medidas, torna-se no mínimo os 25 mil em diante, citado anteriormente. E  para os acostumados a viver embaixo do próprio umbigo que afirma: vidas não tem preço, como se dissesse: vale tudo pra salvar o paciente. Concordo plenamente, por isso que o gasto deve ser responsável até pra poder salvar não só a sua vida, mas a centenas de pessoas que esperam pelo mesmo tratamento.

Quanto à comprovação cientifica, bom, fique aguardando por ela! Mas aviso já, há centenas de fármaco que há mais de 50 anos espera comprovação cientifica pra poder ser comercializado, logico que há necessidade de segurança no uso dos medicamentos, por isso a necessidade da prescrição por um médico, que pra mim, perderam a oportunidade de salvar mais vidas, uma vez que nem a representatividade medica se entende, uma associação diz sim, outra sociedade diz não, lembrando que a atividade médica é plena e portanto o médicos é o único responsável pelo que sua caneta escreve.

Foi-se o momento de unir a categoria e definir por um protocolo nacional, que poderia sim haver questionamento, mas não posição contraria como assistimos em cenário nacional, e por essa omissão todo mundo perde, médicos perdem credibilidade, gestores cai na própria falácia e as pessoas morrem.

Quanto ao uso dos medicamentos de uma forma em geral, existe risco sim, não maior do que perder vidas, é só olhar a experiências no uso desses medicamentos há tantos anos no mundo, em especial no Brasil, região norte em diante. A nós, cabe pagar o preço pelo nosso silencio, pela politização do tratamento, pela esperança que nos foi roubada e pelo luto dos que se foram em decorrência sobre tudo, da falta de diálogo e coerência nos discursos evasivos que não passa de engodo. Não há pretensão alguma aqui de desclassificar quaisquer atividade profissional, ou induzir a equívocos, mas a analise do nosso cenário e a decepção por quem se acovardou quando deveria ser o protagonista devolvendo a esperança a milhões de Brasileiros, fica aqui nossa esperança por dias melhores sem Covid, nossos agradecimentos aos que enfrentam todo dia a mesma rotina e não desistem de lutar fazendo o melhor que lhes é permitido (eles sabem quem são), e nossas condolências aos familiares dos que se foram.

Manoelito Rodrigues

Falando de Saúde